Conheça o Modelo de Yale e Saiba Como Aplicá-lo em Sua Carteira

 | 10.05.2021 17:41

Se existe uma única certeza, é a de que todos nós, um dia, vamos partir. Mas qual é o legado que vamos deixar para mundo?

Esse legado pode ser deixado tanto em nosso círculo familiar e social, quanto em nossa área de atuação. No mundo dos investimentos, temos muitos profissionais que deixarão grandes legados.

David Swensen, falecido na última semana aos 67 anos, é um desses profissionais que deixa um belo legado e se consolida como um dos grandes investidores de nosso tempo. Ele é um dos criadores do chamado Modelo de Yale, modelo de investimentos que hoje é referência para diversas fundações e instituições de ensino nos EUA.

A partir de 1985, Swensen assumiu o cargo de diretor de investimentos de endowment (doações, em inglês), da universidade de Yale, e conseguiu entregar um retorno consistente médio de 12,4% ao ano nas últimas 3 décadas, resultados que o colocaram no hall das lendas dos investimentos.

Em memória a esse grande investidor, hoje quero trazer as principais premissas do Modelo de Yale, e como você pode aplicá-lo em sua carteira de investimentos.

h2 Quem são os Endowment Funds/h2

Primeiramente, acho importante que você, leitor, entenda o que são os chamados endowment funds e o que isso tem a ver com as principais universidades norte-americanas.

As maiores universidades dos EUA, como Yale, Harvard, MIT, Columbia, dentre outras, possuíam no passado um modelo financeiro tradicional: sua principal fonte de receita vinha da cobrança pelo conhecimento, a exemplo de qualquer universidade privada.

Acontece que, após se consolidarem e acumularem muito patrimônio, muitas delas decidiram mudar o seu modelo, começando pela disponibilização de bolsas de estudo para jovens prodígios do mundo inteiro, que não tinham condições financeiras de pagar por esses estudos.

Em contrapartida, começaram a estimular esses jovens para que, no futuro, efetuassem vultuosas doações para essas universidades em sinônimo de retribuição e gratidão.

Com o passar dos anos, essas universidades foram constituindo grandes fundos, que surgiram dessas doações (endowment funds), e hoje eles são os responsáveis por sustentar essas instituições, desde seus custos essenciais até mesmo a contratação dos melhores professores e a realização de investimentos em pesquisa.

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Assim, a universidade vai ficando cada vez mais forte, atraindo cada vez mais prodígios, e o ciclo se perpetua.

Dessa forma, como os recursos que compõem os fundos são frutos de doações, não há possibilidade de resgate por aqueles que as efetuaram, ou seja, os recursos são geridos de forma perpétua.

Dessa forma os gestores desses fundos podem trabalhar com foco exclusivamente no Longo Prazo, tendo como objetivo gerar dividendos para o custeio dessas universidades.

Em meio a tantos outros modelos de gestão desses fundos universitários surgiu o modelo de Yale, criado por David Swensen em conjunto com outros economistas.

Esse método apresentou tão bons resultados que inclusive ajudou a popularizar os endowment funds no mercado financeiro. Desde então, seu crescimento foi exponencial: o próprio fundo de Yale possuía US$ 31,2 bilhões sob gestão em junho de 2020.