Continua a Queda do Dólar Com Expectativa de Aperto Monetário Intenso

 | 12.11.2021 07:48

A aprovação da PEC dos Precatórios na Câmara não é vista como positivo para a credibilidade do Brasil, uma vez que o texto prevê a alteração de regras da principal âncora fiscal do governo, mas muitos investidores passaram a enxergar a PEC como a melhor alternativa disponível para o governo financiar benefícios sociais de 400 reais por família em 2022, ano eleitoral e removeu parte das incertezas do cenário fiscal, mesmo com o prosseguimento da proposta no Senado, o que ajuda a explicar também a dinâmica dos mercados locais, especialmente curva de juros e taxa de câmbio. A divisa norte-americana negociada no mercado interbancário caiu 1,80%, a R$ 5,4031 na venda.

O dólar ampliou as perdas ontem, chegando a ir abaixo dos R$ 5,40 nas mínimas da sessão, deixando a moeda brasileira com o melhor desempenho entre as principais divisas globais em meio a expectativas crescentes de que o Banco Central endurecerá o ritmo de seu aperto monetário. A ampliação da queda resulta, dentre outros motivos, também da continuidade do desmonte de posições cambiais defensivas em função da aprovação da PEC dos Precatórios na Câmara e pelo dólar fraco lá fora entre os principais pares emergentes do real.

A movimentação de ontem veio depois de quarta-feira o real ter apresentado desempenho muito superior ao de alguns de seus principais pares emergentes, apesar da disparada internacional do dólar na esteira de dados de inflação mais fortes do que o esperado dos Estados Unidos.

Investidores atribuíram a resiliência recente da divisa brasileira a expectativas de que o Banco Central pode intensificar seu atual ritmo de elevação de juros, uma vez que dados domésticos sobre os preços ao produtor continuam a surpreender para cima. A meta de inflação para o ano que vem é de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 pontos percentual para mais ou para menos. A taxa Selic está atualmente em 7,75% ao ano, após o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC promover alta de 150 pontos-base em seu último encontro.

Juros mais altos tendem a tornar o mercado de renda fixa doméstico mais atraente, consequentemente elevando a demanda pelo real. A previsão é de pelo menos um aumento na mesma magnitude na próxima reunião.

Na esteira das incertezas, seguimos com muita variação cambial. Com a deterioração das condições de mercado neste segundo semestre, devido às preocupações com o quadro fiscal do Brasil, o ritmo de crescimento da economia, a inflação, os juros e as eleições presidenciais de 2022, o mercado de câmbio atravessa um período de turbulências, com cotações saltando da casas de R$ 5,00 para R$ 5,70 nos últimos quatro meses. E nestes dias operando na casa de R$ 5,40. Em minha opinião, a taxa de câmbio no Brasil deve seguir pressionada em 2022, permanecendo perto dos R$ 5,50. Em ano de eleição, as incertezas aumentam e, portanto, temos uma chance maior de depreciação cambial.

A principal questão é a manutenção da pressão global sobre os custos. Há um desconforto com questões inflacionárias no mundo inteiro. Também tivemos uma pequena diminuição da expectativa de crescimento global. Existe a possibilidade de elevação de juros pelo Federal Reserve (Fed), embora não agora, há a possibilidade disto ocorrer nos próximos meses. Isso criaria uma piora, ou ao menos uma resistência, para a queda da taxa de câmbio de qualquer país emergente.

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.

Sair
Tem certeza de que deseja sair?
NãoSim
CancelarSim
Salvando Alterações