"Contra Fluxo Não Há Argumento"

 | 11.11.2020 10:29

Rally do IBOV/h1

Viu o rally do Ibovespa desde o dia 30?

 

Estamos muito próximos de romper as máximas de 105 mil pontos que atingimos desde as fortes quedas da pandemia, em fevereiro deste ano.

Será que finalmente sairemos da banda de 95-105 mil pontos no Ibov que estamos desde maio?

Não sei, mas o rally não aconteceu só por aqui – todos os índices estão em dólares.

Em dólares: Ibov (branco), MexBol (México, vermelho), HSI (China, roxo) e S&P500 (EUA, azul).

Olhando para o gráfico acima, fica claro como ainda somos a pior Bolsa do mundo (que tem relevância).

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O gringo passou o ano inteiro vendendo Bolsa brasileira e eu ainda não tinha entendido o porquê.

Por que, gringo? Por quê?

 

"Sem as reformas o Brasil explode"/h1

Faltaram linhas para os jornalistas do Valor Econômico explicarem os motivos do rally da Bolsa.

 

São tantos os motivos que nem couberam na manchete.

Mas a reportagem se "esqueceu" de mencionar a acalorada guerra verbal que nossos políticos de Brasília produziram.

Guedes: “Sem as reformas em janeiro, o Brasil vai explodir”. “Vamos muito rápido para a hiperinflação.”

Bolsonaro: "Todo mundo vai morrer um dia; não adianta fugir disso”. "Brasil tem que deixar de ser um país de maricas.” "Apenas a diplomacia não dá. Quando acaba a saliva, tem que ter pólvora.”

Já Maia, mais antenado às novas tecnologias, usou o Twitter:

 

São ótimas pautas para os meus amigos da faculdade se degladiarem nos grupos de WhatsApp, mas é tudo barulho.

Claro, Guedes e Maia têm razão em defender as reformas (do modo deles) que nos levarão ao desenvolvimento de longo prazo.

Porém, infelizmente, nada disso importa no curto prazo.

É só barulho...

 

"Contra fluxo não há argumento"/h1

Luis Stuhlberger, gestor do Verde, maior ícone da gestão do Brasil, cunhou a sábia frase acima.

Os volumes financeiros negociados na nossa Bolsa nos últimos 2 dias foram os dois maiores do ano.

 

Ganharam até dos volumes nos dias de 2 ou 3 circuit breakers que vimos em março – com o pânico da pandemia, claro.

Olhando os dados, só um tipo de investidor tem poder de fogo para um volume tão significativo.

Tamanho volume negociado só significa uma coisa: o gringo voltou.

 

Rally das líquidas/h1

Em outubro e novembro, o fluxo gringo virou.

Foram 2,87 bilhões injetados pelos gringos na Bolsa do Brasil em outubro e 3,36 bi até o dia 6 de novembro.

Mas no acumulado de 2020, o gringo ainda tira 81,63 bilhões de reais do mercado brasileiro. Ainda tem dinheiro para voltar.

O maior indício da volta dos gringos é que o rally foi puxado pelas Ações mais líquidas da Bolsa (e aquelas que mais sofreram na crise):

 

Bancos, Petro e Ambev (SA:ABEV3).

Sim, o anúncio de que Itaú (SA:ITUB4) pagaria o maior dividendo do mundo (sua participação na XP, comentamos aqui na semana passada) ajudou.

Contudo Bradesco (SA:BBDC4) e Ambev (ABEV3) não possuem participação na XP.

O gringo possui dinheiro demais (em dólares) e só pode comprar as Ações mais líquidas da Bolsa.

Eu poderia passar horas aqui dizendo que o mercado brasileiro está barato, que as oportunidades são enormes, que somos o país do futuro, que as bravatas de Guedes, Maia e Bolsonaro são brincadeirinha…

Entretanto, nada disso importa para o gringo…

 

Brasil: o maior exportador de commodities do mundo/h1

Explico o movimento em um gráfico:

 

O petróleo é a maior commodity global. É a referência para as outras commodities.

O Brasil é o maior exportador de commodities do mundo. Nossa Bolsa é 30 por cento exportadora de commodities (30 por cento bancos e 40 por cento o "resto").

 

Nossa Bolsa e nossos ciclos econômicos sempre foram super correlacionados com as commodities.

Commodities para cima, nossa Bolsa para cima.

Faz sentido?

 

Brasil: o maior exportador de minério e soja do mundo/h1

Você vai me dizer: "Bruce, mas o minério e a soja, que são os maiores produtos de exportação do Brasil, estão voando há mais tempo."

 

Sim, eu sei. Mas o minério é superdependente de investimento em infraestrutura da China.

E a China é o maior importador de soja do mundo.

Eu também ainda não entendi por que somos mais correlacionados com o crescimento global (petróleo) do que com o crescimento da China (soja e minério).

Mas contra o fluxo não há argumentos.

 

O rally continua/h1

Hoje, os futuros globais abrem novamente verdinhos. O rally continua.

 

Entendendo que os gringos estão voltando e puxando as líquidas para cima, o mercado vai tentar uma "rotação".

Basicamente, quem ficou para trás do índice Bovespa vai vender suas Ações e correr atrás das que "mais sobem".

Se deu errado até agora, vai continuar dando errado correr atrás do fluxo gringo.

Já cansei de presenciar este desespero nos investidores profissionais e também nos investidores pessoa física.

Correr atrás do que mais sobe vai fazê-los comprar na máxima e amargar ainda mais prejuízo em 2020.

 

Antecipe os resultados e não o fluxo/h1

 

Afinal, é muito mais fácil antecipar resultados do que o flluxo gringo.

O fluxo gringo vem e vai. Os resultados persistem.

O fluxo gringo não muda as receitas, Ebitda e lucros das empresas.

O fluxo gringo é de curto prazo.

 

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