Coronavírus Ameaça Varejo, Mas Algumas Ações do Setor São Mais Seguras

 | 04.03.2020 11:34

A incerteza econômica provocada pelo coronavírus tornou a perspectiva de diversos setores da economia nebulosa. Isso inclui o varejo, que está na linha de fogo se essa doença global forçar os consumidores a ficar em casa e conter seus gastos.

Mas nem todos os varejistas estão enfrentando os mesmos riscos: embora a expectativa seja que a indústria de brinquedos dos EUA seja a mais atingida, já que mais de 85% dos seus produtos são provenientes da China, alguns grandes varejistas focados em alimentos devem escapar do pior dessa crise.

E o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) entrou ontem em cena para tentar limitar a extensão dos danos, implementando um corte de juros emergencial para prevenir uma recessão global, na medida em que o vírus continua deprimindo a atividade econômica na China e no resto do mundo.

De acordo com analistas, o setor de varejo nos EUA será afetado tanto por problemas de demanda quanto de cadeia de fornecimento, à medida que o vírus se espalha por mais estados. Analistas da Cowen escreveram em nota o seguinte, nesta semana:

“A queda na confiança do consumidor, a probabilidade de fortes declínios no tráfego do varejo e os fechamentos temporários de lojas são fatores de risco crescentes, que dependem de variáveis incertas, como a disseminação geográfica do vírus e o timing das soluções de contenção/erradicação.”

Uma luz no fim do túnel

Embora a situação continue bastante fluida, enquanto os economistas tentam entender o dano que essa doença pode causar nos próximos dias e semanas, a agressiva reposta monetária do Fed parece ser uma luz no fim do túnel para os varejistas.

O banco central americano cortou sua taxa referencial de juros em 50 pontos-base ontem para ajudar as empresas e consumidores a enfrentar os impactos do vírus na economia dos EUA. O afrouxamento das condições monetárias da última década alimentou uma explosão sem precedentes nos gastos no varejo, ajudando as empresas a aumentar sua lucratividade.

Ainda que não imediatamente, os cortes de juros serão positivos para as ações de varejo, principalmente para os supermercados e grandes redes de loja, como o Walmart (NYSE:WMT), a Target (NYSE:TGT) e a Home Depot (NYSE:HD), que estão mais bem posicionados para enfrentar o choque econômico do que players menores.