Corte de Impostos nos EUA; IPCA-15 e RTI no Brasil

 | 21.12.2017 11:26

Mercados Globais

Após a aprovação do pacote de cortes de impostos, o mercado passa a analisar a sustentabilidade do orçamento dos EUA. A partir de janeiro, os congressistas do Partido Republicano precisarão elaborar a estratégia para permitir que o orçamento federal seja fechado com os cortes menos doloridos nos eleitores-contribuintes. Por conta disso, o corte de impostos de corporativos perdeu um pouco de seu apelo, com boa parte dos ganhos para o valuation das empresas já incorporado nos preços. O índice S&P 500 está com alta acumulada de 20% no ano e já incorporou as boas notícias para as grandes corporações. No segmento de tecnologia, as gigantes subiram fortemente nesse ano, com destaque para Google (+33%), Apple (+49%), Amazon (+53%), Microsoft (+35%) e Facebook (+50%).

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Ocorre, porém, que a promessa desse corte para o crescimento econômico é ilusória, já que todas as pesquisas indicam que cortes de impostos têm efeitos muito mais modestos no curto prazo e inversos no longo. O secretário do tesouro está propagandeando um crescimento de 4% para 2018, ao passo que o FED e a Goldman Sachs esperam 2,5%. A Goldman, por exemplo, espera que o impulso do corte sobre o PIB seja de apenas 0,3% sobre cada 1% de crescimento nos dois primeiros anos e zero, ou negativo, após isso. Com os volumes de negócios caindo em função da proximidade dos feriados de fim a de ano, as bolsas globais já estão em “modo de espera”.

Brasil

No Brasil, os destaques estão associados à política monetária. O IBGE divulgou o IPCA-15, que veio em 0,35% no mês de dezembro, fechando 2017 em 2,94%. Se o IPCA repetir esse comportamento, a inflação fechará abaixo da meta. A grande contribuição foi dos alimentos, que terminaram o ano com queda de 2,15%. Já os preços da energia elétrica, do gás de cozinha e da gasolina subiram forte no ano, fazendo os itens habitação e transportes ficarem em 6,15% e 4,31%, respectivamente.

IPCA-15 em 12 meses
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Outro evento importante foi a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação, que sinalizou para um corte de 0,25% na próxima reunião de fevereiro e outro, com menor probabilidade em março.
Apesar da sinalização de queda da SELIC, os juros para 2021, que servem de remuneração para boa parte das dívidas públicas e privadas, ainda está a 9,2%, com uma diferença de 2,2% em relação à taxa básica. Essa diferença é o prêmio que o mercado está cobrando pelo risco de elevação da taxa SELIC até o fim de 2020. O mercado está embutindo nesses juros mais longos uma taxa de 6,75% para o ano que vem e taxas acima de 10% para 2019 e 2020. Esse comportamento reflete a falta de confiança dos agentes no futuro próximo, em função dos riscos eleitorais, fiscais e inflacionários.

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