Criptomoedas vs. Metaverso: Onde Termina a Tecnologia e Começa a Vida Real?

 | 25.10.2021 16:55

Este artigo foi escrito exclusivamente para o Investing.com

  • O que é metaverso?
  • Assim como ocorreu com as criptos, minha reação inicial pode ser equivocada; a tecnologia permeia todos os aspectos das nossas vidas
  • Fintech é o futuro
  • Incríveis avanços tecnológicos ocorreram ao longo da minha vida
  • Realidade vs. fantasia, uma questão complexa

Estou no começo dos meus 60 anos e já posso ser considerado da “velha guarda” em muitos aspectos. Quando iniciei minha carreira no mercado de commodities, o computador ficava dentro de uma sala refrigerada, em um andar separado. Nos anos 1980, os computadores pessoais começaram a aparecer sobre as mesas. Cálculos, que muitas vezes levavam horas para ser feitos, passaram a ser concluídos em nanossegundos.

Meu primeiro celular pesava quase 9 kg. Eu o levava em uma bolsa. Hoje, posso levar meu aparelho celular confortavelmente no bolso detrás da calça e seu poder computacional é maior do que o daquele computador dentro de uma sala refrigerada separada. Além disso, possui diversas funções que substituem vários eletrônicos que eu tinha nos anos 80, 90 e 2000.

Estive na primeira fila de muitos avanços da era tecnológica. Eu tive a sorte de conhecer Steve Jobs quando ele vendeu o sistema computacional NeXT para nossa empresa durante seu hiato na Apple (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34).

Como escritor e analista de mercado, as mídias sociais ampliaram meu alcance além do que poderia imaginar. A tecnologia é, e continuará sendo, fascinante. Não consigo imaginar quais mudanças meus netos irão testemunhar nos próximos 50 anos.

Historicamente, a inovação ocorre na velocidade da luz. O mais novo conceito é o “metaverso”, termo que abrange a realidade digital. Para ser honesto, vai além da minha compreensão. A tecnologia não para de melhorar nossas vidas. O “metaverso”, como afirmou o comediante Rodney Dangerfield em seu filme clássico Back To School, está ocalizado na terra da fantasia".

h2 O que é metaverso?/h2

Para deixar as coisas ainda mais confusas, o termo metaverso não tem um criador único ou uma definição consensual. Grosso modo, combina aspectos de rede social, realidade aumentada, jogos online e criptomoedas com uma espécie de “realidade virtual” que permite aos usuários agir e interagir virtualmente.

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O Wall Street Journal descreve o metaverso da seguinte forma:

“Um vasto mundo que transcende as plataformas tecnológicas, onde as pessoas existem em espaços virtuais compartilhados e imersivos. Através da avatares, as pessoas conseguem experimentar itens disponíveis em lojas e assistir a shows com amigos, da mesma forma que fariam offline”.

O metaverso oficial requer um extraordinário poder computacional, incluindo ferramentas e códigos ainda não criados, escritos ou disponíveis. Mark Zuckerberg disse o seguinte, durante a teleconferência de resultados do FB em julho:

“É um ambiente virtual, onde você pode estar presente com outras pessoas em espaços digitais. Seria uma representação da internet, em que você está dentro dela, em vez de observá-la. Acreditamos que isso irá suceder a internet móvel.”

Algumas versões primitivas do metaverso já existem em algumas plataformas de jogos digitais. Roblox, Second Life e Fortnite oferecem um mundo virtual com tudo, desde comércio até shows.

Defensores desse conceito dizem que o metaverso criará uma extensão da humanidade e criatividade. Tenho dificuldades com essa ideia – entrar na internet seria um afastamento da realidade e de todas as experiências sensoriais concretas do mundo real.

h2 Assim como ocorreu com as criptos, minha reação inicial pode ser equivocada; a tecnologia permeia todos os aspectos das nossas vidas/h2

Nas últimas seis décadas, testemunhei avanços tecnológicos que ganharam força a partir dos anos 1980 e abriram meus olhos para as possibilidades. Minha reação instintiva ao metaverso é considerá-lo como uma fuga da natureza e do mundo. Mas essa também foi minha reação inicial às criptomoedas.

Quando ouvi falar pela primeira vez sobre moeda digital, há um pouco mais de uma década, considerei que o conceito era uma espécie de “videogame tecnológico”. Eu vi meus filhos crescer jogando Super Mario, além dos maiores e melhores games de Xbox e outros. Eu larguei os videogames após a faculdade, já que não tinha tempo de me dedicar a Pacman e Asteroids.

A mineração de bitcoin, de fato, parecia-me como um jogo em que os tokens eram a recompensa. Tal como aqueles tokens de arcade da minha juventude, achei que eles jamais comprariam nada de significativo.

O fato é que eu estava redondamente equivocado. Se eu tivesse investido US$100 no bitcoin quanto ouvi falar dele pela primeira vez e mantido a posição, teria acumulado uma fortuna de US$120 milhões até o fim da semana passada.

Talvez por ser da velha guarda, minha reação inicial ao metaverso é a mesma. A vida real é maravilhosa, não preciso viver a minha em alguma realidade virtual dentro da internet.

h2 Fintech é o futuro/h2

Ainda assim, considero que a tecnologia financeira é o futuro Não tenho qualquer dúvida disso. A tecnologia blockchain mudou tudo, já que reflete a necessária evolução dos negócios.

As criptomoedas estão florescendo porque houve uma deterioração na fé e no crédito dos governos que emitem moedas de curso legal. As pessoas estão buscando, coletivamente, alternativas que devolvam o poder do dinheiro para as massas.

Em 2004, o livro de James Surowiecki, A sabedoria das multidões, dizia que muitos são mais inteligentes do que poucos e notou como a sagacidade coletiva modela os negócios, as economias, as sociedades e as nações.

As criptos incorporam a sabedoria coletiva, e sua ascensão é prova de que a fintech, e os meios de troca que transcendem fronteiras e o controle governamental, são o futuro.

Nesse sentido, o bitcoin é o líder do criptomercado. Negociado a 5 centavos por token em 2010, o bitcoin futuro estreou na Bolsa Mercantil de Chicago a um pouco mais de US$20.000 no fim de 2017.