Day trade: Pensar no curto prazo não é pecado do capital

 | 27.01.2023 10:15

“A longo prazo, estaremos todos mortos”. A eternizada frase do economista John Maynard Keynes já foi empregada para inúmeras situações. Na verdade, sempre que alguém cita a importância de se tomar uma medida mais urgente, a referência é inevitável. No mercado financeiro, entretanto, cada vez mais vemos uma espécie de demonização do curto prazo, das operações de trade.

É comum ouvirmos que é preciso observar os fundamentos da empresa e, para isso não basta olhar somente os resultados trimestrais, mas sim ao longo dos anos e que investidor de verdade é aquele que monta posição e a carrega por ano a fio. Na verdade, é preciso esclarecer que não há uma fórmula correta para se investir no mercado, mas diferentes estratégias, com diferentes resultados. O importante é que, para ser assertivo em cada uma delas, é essencial estar preparado.

Não há pecado algum em atuar no mercado no curtíssimo prazo, realizando day trade. E também é uma falácia dizer que todos que usam esta estratégia perdem dinheiro. A verdade é que o trader tem um papel essencial no mercado: provocar o giro, ampliar o volume transacionado, ou seja, dar liquidez. Além disso, comprar e vender no curto prazo pode trazer lucro e prover ganhos sim. Se isso não fosse uma verdade, não haveria tantas pessoas vivendo deste tipo de operação.

Há uma série de pesquisas de organizações renomadas que visam desencorajar as pessoas ao trade, ao afirmarem que a grande maioria perde no todo. Sem querer desqualificar tais levantamentos, é preciso ver com quais tipos de investidores foram feitos e buscar questões como: que cursos fizeram, quanto tempo demoraram para se preparar e que tipos de mercado operam. Afinal, perder dinheiro por falta de preparo e conhecimento vale para o trader ou acionista de longo prazo.

Quantas vezes, não escutamos histórias de acionistas de longo prazo que colocaram grande parte de suas economias em uma ou outra empresa que, na verdade, exibiam frágeis fundamentos, mas que não deixavam estes riscos claros ao mercado. O exemplo mais recente é o de Americanas (BVMF:AMER3). Da noite para o dia, quem tinha parte de seu patrimônio exposto em ações ou dívida da empresa viu os ativos virarem pó.

E quem iria imaginar que havia uma inconsistência contábil se nada era sinalizado no balanço da empresa? Podemos também lembrar das ações X de Eike Batista e tantos exemplos ao longo dos anos que vimos no mercado. São casos em que até os mais bem preparados executivos e investidores perderam dinheiro. Bancos foram prejudicados apesar de toda a expertise de seus profissionais.

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Da mesma forma que não podemos nos equivocar afirmando que trade é cassino, jogada de sorte e dizermos categoricamente que neste tipo de operação há mais perdedores que ganhadores, não devemos generalizar o caso Americanas e afirmar que esta é uma praxe de mercado. Há bons fundamentos e bons trades no dia a dia da Bolsa. Basta estudar e dispender tempo para se dedicar ao mercado. Ser investidor é uma profissão e como em toda carreira, exige dedicação.

*Antonio Marcos Samad Júnior é CEO da Axia Investing

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