Depois do Copom, Depois do Fomc

 | 28.09.2021 18:04

O Fomc (Comitê do Mercado Aberto do Fed) anunciou que deve começar a reduzir as compras de ativos financeiros (títulos públicos e privados) em novembro. E que esse processo, apelidado de tapering, terminará em meados de 2022. Mas avisou também que a redução das compras de títulos não se confunde com alta dos juros básicos, nem como redução do balanço do Fed. Os 3 temas, correlatos, são analiticamente diferentes. 

Os 3 se referem às condições de liquidez ou às condições financeiras gerais, por seus impactos sobre o conjunto de preços de ativos reais e financeiros. Houve quem minimizasse o efeito do anúncio de Jerome Powell sobre o caminho para uma política monetária menos acomodativa. 

Por outro lado, os “dots”, isto é, os gráficos que mostram as estimativas para as principais variáveis econômicas (juros, inflação, desemprego, PIB), passaram a revelar, claramente, altas da FFR em 2022 e 2023. A combinação dos 3 temas vai ser o desafio do Fomc – e do mercado – nos próximos meses. 

O resultado dessas notícias, junto à inevitável especulação sobre o risco à elevação do teto de endividamento do governo dos EUA, em momento não tão favorável a Biden, e a percepção de risco novo em relação à China, levou a forte alta dos yields das Treasuries, com efeitos fortes sobre o ambiente financeiro global. 

Os gráficos mostram a forte mudança: à esquerda, as Treasuries, à direita os papéis brasileiros.