Desemprego e Inflação

 | 17.04.2013 11:47

Mais uma semana em que o foco das atenções esteve voltado para o comportamento da inflação, da atividade econômica e das possíveis ações do governo buscando compatibilizar ambas variáveis.

A divulgação do IPCA de março jogou mais lenha nesta fogueira, ao registrar 0,47% no mês, menos do que no mês anterior (0,6%), mas acumulando 6,59% em 12 meses, acima do teto do sistema de metas de inflação (6,5%). Olhando o desempenho mensal, porém, alguns fatos chamaram a atenção.

O índice de difusão do índice, ou seja, aquele que analisa a disseminação nos vários itens do índice, recuou, passando de 72% para 69%. Outro foi o índice da média dos núcleos se mantendo controlado, entre 5,8% e 6%, recuando de 4,66% para 4,51% se excluído o item de maior pressão recente, Alimentos e Bebidas. Este, em 12 meses, veio mais forte, registrando 13,48% em março, contra 12,22% no mês anterior, mas no mês, mais baixo, recuando de 1,45% para 1,14%, com o impacto decrescendo de 0,6 p.p. para 0,47 p.p..

Lembremos que este item vem sendo o grande vilão da inflação nos últimos meses, decorrente de fatores climáticos no ano passado, tanto aqui como no Hemisfério Norte. Isto, inclusive, acabou contribuindo para um movimento mais fraco nas vendas do varejo em fevereiro, recuando 0,4% contra janeiro, em muito decorrente da queda no segmento de Hiper, supermercados, alimentos, bebidas e outros (-1,0%).

Por outro lado, com a safra de grãos recorde prevista para este ano, já se observa, em alguns casos, uma melhoria no escoamento da produção agrícola, não gerando tantos choques na ponta do consumo. Uma boa notícia, por outro lado, veio da redução da alta dos Serviços, passando de 8,66% para 8,37%, talvez um indicativo de que a demanda neste segmento já começa a virar, diante do alto endividamento e a alta inflação, corroendo a renda das famílias.