Dia de CPI da Covid com Osmar Terra

 | 22.06.2021 08:54

Terça-feira de CPI da Covid com o deputado gaúcho Osmar Terra deve “pegar fogo”, dadas as tantas declarações, prognósticos errados e diagnósticos polêmicos. É dia também de Ata do Copom, quando saberemos melhor, com mais detalhes, quais devem ser os próximos passos do BACEN na sua estratégia de “antecipar” o aperto monetário, visando levar a inflação para o centro da meta no ano que vem (3,5%). Neste dia, deve repercutir também a aprovação da MP da Eletrobras (SA:ELET3). 

Segunda-feira foi positiva para os mercados, com bolsa de valores em alta, juros futuros caindo e a dólar na mesma toada. Pela manhã, o discurso mais moderado do diretor do Fed, James Bullard, afirmando que a redução gradual das compras de ativos era algo ainda a ser definido, acabou repercutindo positivamente. À tarde, o presidente do Fed de NY, John Williams, disse que os sinais da economia norte-americana ainda não permitiam um ajuste na política monetária. Ambas as declarações foram suficientes para “puxar” a bolsa de valores e derrubar o dólar nos mercados globais. 

No Brasil, tudo se tornou mais intenso com a perspectiva de aprovação da MP da Eletrobras e o desempenho “exuberante” da balança comercial, até aqui com saldo positivo acima de US$ 7 bilhões. Ao fim do dia, o dólar cedeu 0,91%, a R$ 5,0227. 

Hoje é dia de Ata do Copom e saberemos melhor como o BACEN deve conduzir sua política monetária nas próximas reuniões do Copom. Ainda teremos o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) e o IPCA-15 de junho na semana. Ou seja, informações não devem faltar ao mercado para definir suas curvas de juro e a taxa de câmbio.

No mercado de ações, segunda-feira começou mal, pela forte queda do minério de ferro, devido às sinalizações da China de evitar a disparada da commodity, derrubando a Vale (SA:VALE3) e correlatos, mas o bom desempenho de NY “puxou” nosso mercado para cima. Ao fim do dia, o Ibovespa fechou com ganho de 0,67%, a 129.264,96 pontos.

Retornando aos EUA, ontem foi dia para que os diretores do Fed, John Williams (NY) e James Bullard (Saint Louis), dessem declarações apaziguadoras, acalmando os mercados.

Williams afirmou que a “economia dos EUA ainda não avançou o suficiente para haver um ajuste na política monetária, mantendo o forte apoio à recuperação". Disse também que ainda há um “longo caminho pela frente até haver uma recuperação plena no mercado de trabalho”. Sua projeção de crescimento do PIB norte-americano é de 7% e o mercado de trabalho ainda fraco, havendo 7 milhões de desempregados. Já James Bullard (St. Louis) mostrou otimismo sobre a economia e comentou que a redução gradual das compras de bônus ("tapering") é algo ainda a ser delineado antes de sua execução.

Ambos, na verdade, reforçaram a leitura do presidente do Fed Jerome Powell de que a economia norte-americana ainda “está taxiando na pista, não tendo decolado”. As pressões inflacionárias são espaças e não disseminadas, localizadas em setores da indústria, que se confrontam com a escassez de alguns insumos e o “gargalo de oferta”. Nesta terça-feira, aguardemos a presença do presidente do Fed, Jerome Powell, em audiência de um subcomitê da Câmara dos Representantes.

Por tudo isso, no mercado norte-americano, o índice DXY recuou 0,35%, a 91,899 pontos, e entre os Treasuries, o de 2 anos recuou a 0,25%, o T-note de 10 anos subiu a 1,48% e o T-bond de 30 anos a 2,10%. Em Wall Street, Dow Jones fechou em alta de 1,76%, a 33.876,97 pontos, S&P 500 subiu 1,40%, a 4.224,79 pontos, e o Nasdaq avançou 0,79%, a 14.141,48 pontos. O petróleo WTI para agosto fechou em alta de 2,57%, em US$ 73,12 o barril, na Nymex, e o Brent para o mesmo mês subiu 1,89%, a US$ 74,90 o barril, na ICE. 

No Brasil, hoje é dia de divulgação da ata da reunião do Copom. Nossa perspectiva é avaliar a intensidade na mudança de discurso dos diretores do BACEN, numa guinada mais “kawkish”. Buscaremos novas pistas sobre a velocidade da alta de juros daqui para frente. Ganha estopo a leitura de que o BACEN deve antecipar o aperto monetário, “fazendo o trabalho sujo" logo e abrindo espaço para a inflação dentro da meta no ano que vem. A recuperação da economia ganha fôlego, a vacinação avança e a demanda externa por commodities brasileiras permanece forte.

A dúvida é saber para quanto irá a taxa Selic neste ano. Projeções variam de 5,5% a 6,5%. Na pesquisa Focus, no segmento de juros, o IPCA de 2022, não acompanhando o ajuste para 2021 (5,82% para 5,90%), manteve-se em 3,78%. Entre as instituições que atualizaram projeções nos últimos 5 dias, caiu de 3,80% para 3,74%. Lembremos que a meta de inflação para 2022 é de 3,5%. Já a projeção da Selic continuou subindo, agora 6,50%, de 6,25% na pesquisa passada.

Já, segundo o governo, o superávit comercial da terceira semana de junho foi a US$ 2,564 bilhões, com saldo de mais de US$ 7 bilhões no mês e US$ 34,2 bilhões no ano. Em Brasília, a Medida Provisória (MP) da Eletrobras foi aprovada nesta segunda-feira. 

O texto que autoriza a União a abrir mão do controle acionário da empresa com a venda de novas ações no mercado segue, agora, para sanção presidencial. Dentre os principais pontos da medida estão: (1) aumento do capital social da empresa por meio da oferta pública de ações; (2) cada acionista ou grupo de acionistas não terá poder de voto superior a 10%; (3) a União terá ação preferencial de classe especial, "golden share" , que dará poder de veto nas deliberações sobre o estatuto social da empresa; (4) exigência da contratação de energia de reserva de termelétricas movidas a gás natural, mesmo em regiões ainda não abastecidas por gasoduto; (5) uso do valor da rescisão, por parte dos empregados da Eletrobras demitidos após a privatização, para comprar ações da empresa pelo valor cotado cinco dias antes da edição da MP pelo governo, em fevereiro de 2021.

CPI da Covid. Nesta terça-feira, a CPI ouve o deputado federal Osmar Terra (MDB/RS); na quarta-feira (23), o médico Francisco Emerson Maximiano; na quinta-feira (24), o assessor especial da Presidência da República, Filipe Martins; e na sexta-feira (25), o epidemiologista e ex-reitor da UFPEL, Pedro Hallal, e a médica e ex-diretora-executiva da organização Anistia Internacional, Jurema Werneck.

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