Dia de IPCA e de Powell no Congresso

 | 11.01.2022 08:42

Segunda-feira foi mais um dia infernal para os mercados de ativos com a aversão ao risco pelo mundo. As bolsas derreteram e as moedas oscilaram fortemente. A corroborar para isso, a perspectiva de elevação de juros nos EUA. Os treasuries de 10 anos chegaram a 1,80%, mas cederam a 1,77% e no futuro de juros no Brasil o dia foi de pressão nas taxas curtas, médias e altas. 

Para piorar, o clima de preocupação se faz presente, diante das desastrosas intervenções do presidente e mais ainda pela alternativa que se configura para as eleições de outubro, ao nosso ver, outro desastre. As intervenções alucinadas de quadros do PT, como Gleisi Hoffman, prometendo acabar com o “teto dos gastos”, são de corar qualquer economista um pouco mais responsável. E o que dizer do tal artigo de Guido Mantega? Ao que parece, esta turma não aprendeu nada com os erros do passado. Alquimistas ou economistas?

Nesta terça-feira estejamos atentos para os depoimentos no Senado de Jerome Powell e sua vice, Lael Brainard. 

Devem dizer que a economia americana segue se expandindo “em ritmo mais forte em anos, que o mercado de trabalho está próximo do pleno emprego e que o Fed usará os instrumentos disponíveis”. A partir de decisões baseadas em “objetividade, integridade e imparcialidade”, devem reforçar a ata do Fed, na qual se disse que a autoridade deve antecipar uma “ação mais cedo e mais rápida”. Ou seja, em síntese a taxa de juros de curto prazo, Fed Funds, deve começar a ser elevada em março, com mais duas ou três elevadas neste ano. 

Por aqui, destaque para o IPCA de dezembro, devendo fechar o ano de 2021 acima de 10%. Estejamos atentos também aos imbróglios com os servidores públicos, ameaçando parar e avisos de Paulo Guedes, contra estes reajustes. Para piorar, os policiais já falam em traição se o presidente não atender às suas reivindicações e ameaçam com “operação padrão” e entrega de cargos comissionados.