Dois meses para o fim do ano: a economia brasileira cresceu?

 | 27.10.2023 16:42

Embora as projeções do FMI (Fundo Monetário Internacional) para o PIB do Brasil sejam otimistas, antecipando um crescimento de 3,1% para este ano, existem certos sinais de alerta que não devem ser ignorados. Estes sinais não estão necessariamente ligados às falhas domésticas que poderíamos evitar.

Isso ocorre porque as projeções do FMI consideram um afrouxamento monetário que pode não se concretizar. Em outras palavras, para que o Banco Central do Brasil mantenha o ciclo de redução dos juros, é essencial que não surjam novos choques na inflação ou na economia como um todo.

O problema mais significativo reside, porém, nos Estados Unidos e na desaceleração da atividade econômica chinesa. 

Se a inflação americana não diminuir conforme o previsto pelo Federal Reserve, o aperto monetário poderá ser mais intenso do que o esperado. Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, alerta que o mundo pode não estar pronto para os Fed Funds a 7%.

Nesse cenário, o Brasil dificilmente conseguirá reduzir a taxa Selic significativamente no curto e médio prazo.

Por outro lado, a China, apesar de ter registrado um crescimento do PIB acima das expectativas no terceiro trimestre de 2023, apresentou um desempenho mais modesto em comparação ao trimestre anterior. 

Este enfraquecimento pode afetar o Brasil, reduzindo a demanda por commodities como minério de ferro, soja, petróleo, açúcar, carne, entre outras.

Além disso, as tensões geopolíticas, que frequentemente influenciam os preços dos combustíveis, têm um impacto direto na inflação.

No Brasil, apesar de um clima relativamente mais tranquilo em comparação com outras regiões, o que estrategicamente nos beneficia, o primeiro ano do governo Lula se encerra com uma atuação mais contida do presidente. Mesmo com sua constante presença na mídia, as reformas e ações efetivas que poderiam impulsionar a economia foram limitadas.

E embora a aprovação do Arcabouço Fiscal e a tributação sobre os Fundos Exclusivos pela Câmara dos Deputados devam ser observadas, elas não resolvem os problemas fundamentais do Brasil. 

A Nova Regra Fiscal, por exemplo, não diminui a dívida pública, apenas desacelera seu crescimento ao longo do tempo, uma abordagem bastante delicada diante de potenciais choques econômicos no mundo em que vivemos.

Além disso, a taxação dos Fundos Exclusivos parece contraproducente para um país que busca uma economia dinâmica e eficiente. Embora a criação de impostos em certas áreas possa ser justificada socialmente, na prática, frequentemente resulta em menor produtividade e demonstra a falta de criatividade do governo em encontrar alternativas para geração de receita.

A quantia prevista a ser arrecadada com a nova taxação ainda não foi divulgada pela equipe econômica, mas estima-se algo em torno de R$13 bilhões com os Fundos Exclusivos e R$7 bilhões com as Offshores, valores insuficientes para eliminar o déficit de 2023.

À medida que nos aproximamos do final de outubro e início de novembro, a Câmara e o Senado se preparam para o recesso, e até agora, as discussões têm se concentrado na criação de novos impostos. 

Com 2024 no horizonte, as perspectivas parecem as mesmas.

Para o investidor, a regra de ouro da diversificação continua sendo essencial. Em tempos incertos, uma carteira bem estruturada pode não apenas gerar bons retornos, mas também oferecer proteção contra eventuais adversidades.

Refletir sobre isso é fundamental. Até o próximo artigo!

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