Caio Zylbersztajn | 06.02.2023 11:28
O dólar comercial operou abaixo do nível de R$ 5 na última semana, pela primeira vez desde junho de 2022.
A moeda americana, que já vinha recuando nas últimas semanas, acentuou essa tendência após o banco central americano (Fed) desacelerar a alta de juros ao mesmo tempo em que o BC brasileiro indicou que a taxa dificilmente cai ainda neste ano.
Lá fora, o S&P 500, índice em dólares composto pelas 500 maiores empresas listadas na bolsa americana, teve um dos melhores inícios de ano da história (S&P +6,2% e AGG – Renda Fixa Global +3,3%).
O mercado continua se animando com dados de inflação cedendo nos países desenvolvidos, principalmente Estados Unidos, com divulgações abaixo das expectativas de mercado.
Esse efeito é ancorado pelo arrefecimento de bens e preço de commodities, com destaque para Oil&Gas. Por outro lado, mesmo com dados de inflação cheia e núcleos cedendo, o nível de desemprego permanece elevado e a inflação de serviços ainda é resistente, o que traz preocupações se a pressão inflacionária de fato está próxima do fim.
Esses componentes trazem uma inflação mais inercial e difícil de trazer para a meta. O último dado de geração de emprego dos Estados Unidos, o Payroll, recuou a 3,4%, o menor desde 1969, contrariando a expectativa de alta a 3,6%.
A temática de recessão ganhou força no segundo semestre do ano passado, alinhada ao aperto da política monetária das principais economias e aos sinais de que a economia mundial deve desacelerar em 2023.
Há alguns meses, temos reforçado que as empresas já começaram a sentir o impacto da desaceleração econômica em seus resultados, que surpreenderam negativamente, e imaginamos que o mercado começará daqui para a frente mensurar o impacto de compressões de margem e queda nos lucros e, dessa forma, o mercado começará a negociar mais a temática de recessão.
Como vimos acima, a volatilidade do dólar neste ambiente de incertezas e inflação mais elevada deve permanecer ao longo dos próximos meses.
A cotação da moeda americana próxima de R$ 5 é uma boa janela de compra. Por ser uma moeda forte, o dólar é um dos principais ativos de proteção para ter na carteira de investimentos, além de ajudar a proteger o portfólio do risco Brasil.
A recomendação é comprar dólar aos poucos – de forma gradual e calculada –, uma vez que os ativos no exterior ainda se encontram em preços elevados e o custo de oportunidade Brasil (CDI) permanece alto. Exposição internacional nos portfólios é essencial, mas deve ser feita com racionalidade.
Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
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