Dólar (DXY): Rompimento técnico tem muito espaço para subir; confira alvos
Investing.com | 05.02.2024 11:28
- O dólar atingiu o maior nível em oito semanas na última semana, sustentado por dados econômicos fortes e uma postura mais firme do Federal Reserve (Fed, BC americano).
- Diante de dados positivos, o Fed pode rever o plano de reduzir a taxa de juros em três ocasiões em 2024, valorizando o dólar frente às principais moedas.
- Tecnicamente, o índice dólar (DXY) pode buscar 105,8 enquanto o EUR/USD enfrenta dificuldades, e o USD/JPY vislumbra um movimento acima de 150 em meio à força consistente do dólar.
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Na semana passada, após a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, praticamente descartou a possibilidade de um corte na taxa de juros em março, o que impulsionou o dólar americano para o maior nível em oito semanas.
Com isso, a probabilidade de um corte na taxa de março caiu de 50% para 20%, segundo o mercado futuro de juros.
A redução na expectativa de corte da taxa foi reforçada por dados econômicos robustos nos EUA, especialmente o relatório de emprego de janeiro, divulgado na sexta-feira, que superou as expectativas e mostrou um mercado de trabalho forte.
O relatório apontou que a economia americana criou 353 mil empregos não agrícolas em janeiro, e que os ganhos médios por hora também ficaram acima do esperado. Este último é um fator crucial para o Fed alcançar sua meta de inflação.
A tendência de alta nos salários, aliada ao aumento do emprego, desenha um cenário positivo para a economia americana. Esse desenvolvimento sugere que o Fed pode reconsiderar seu plano de reduzir a taxa de juros em três ocasiões em 2024, conforme sinalizado em dezembro.
Em resposta aos recentes desenvolvimentos, o dólar americano intensificou sua pressão sobre as principais moedas.
Análise Técnica do DXY/h2
O Índice Dólar (DXY) continuou sua trajetória ascendente, voltando ao patamar de 104, que havia atingido em dezembro. Os principais fatores que sustentam a força do dólar são os dados econômicos fortes e o compromisso do Fed em manter uma política monetária restritiva.
Nesse contexto, espera-se uma desvalorização da moeda americana apenas se houver sinais de desaceleração econômica no país e uma forte indicação do Fed sobre o início de cortes na taxa de juros.
Como as coisas estão, é provável que o dólar mantenha sua força pelo menos até o segundo trimestre do ano.
Gráfico de Preços do DXY/h2
Se olharmos tecnicamente para o DXY, podemos ver que a reversão de tendência com o início de 2024 colocou o nível de Fibonacci de 61,8% em seu radar, que está em 104,7 esta semana.
Comparado com o recente movimento de baixa, este nível poderia ser uma resistência sólida para o índice.
No entanto, as médias móveis exponenciais (MME) de curto prazo sinalizam que ainda estamos no começo de uma onda de alta. Além disso, o índice de força relativa estocástico (IFR) no gráfico diário indica que há mais espaço para a alta.
Isso poderia levar o DXY a testar 105,8 em um fechamento semanal acima de 104,7 e, em seguida, 107, seu pico de curto prazo recente.
No médio prazo, a zona-alvo permanece na faixa de 108 a 110, de acordo com os níveis de Fibonacci.
Caso a resistência no nível 104 não seja rompida esta semana, a formação de um suporte sólido na região de 103 indica que o possível recuo no índice do dólar pode permanecer limitado.
Euro deve recuar mais contra o dólar/h2
A piora das condições econômicas na Zona do Euro, em relação aos EUA, continua a alimentar a expectativa de que o Banco Central Europeu (BCE, na sigla em inglês) possa antecipar o corte da taxa de juros na região. Os dados que serão divulgados na Zona do Euro esta semana trarão mais luz sobre o cenário econômico. Em especial, os dados da Alemanha e os pronunciamentos dos membros do BCE ao longo da semana podem dar pistas importantes sobre o momento de iniciar os cortes nas taxas de juros na Zona do Euro.
Gráfico de Preço EUR/USD/h3
Ao analisarmos a cotação EUR/USD, em meio ao fortalecimento do dólar, a taxa de câmbio depreciou mais de 2,5% desde o começo do ano, chegando a cair para US$ 1,075 no início da semana. O IRF Estocástico, que permanece em zona de sobrevenda no gráfico diário e segue fraco, e os valores das EMAs de curto prazo, que se voltaram para baixo, também corroboram o movimento de queda do EUR/USD. Enquanto se espera que o EUR/USD recupere o nível de 1,08 para ver uma possível reação, podemos ver que a linha de resistência forte formada especialmente na faixa de 1,087 pode continuar a limitar o par no curto prazo. Dados fundamentais indicaram que o dólar pode se manter forte por um período. Tecnicamente, o patamar de 1,07 se destaca como o suporte mais próximo e mais relevante para o EUR/USD. Se não houver sustentação a partir desse ponto, o par provavelmente cairá em direção à faixa de 1,05.
Dólar avança contra iene e pode romper marca de 150/h2
Enquanto o par USD/JPY obteve ganhos modestos contra o dólar nas últimas duas semanas, rapidamente devolveu esses ganhos com dados fortes dos EUA na última semana. USD/JPY, que recuou para tão baixo quanto 145 na semana passada, rapidamente mudou sua direção para cima à medida que o emprego nos EUA veio bem acima das expectativas e subiu para a resistência de curto prazo em 148,4 diante da procura pelo dólar.
Gráfico de Preço USD/JPY/h3
Desde a segunda metade de janeiro, o USD/JPY manteve uma trajetória lateral. O ponto de inflexão nesta fase foi o nível de 147,5, correspondente ao Fib 61,8%. Com um início otimista para a semana, um movimento de alta em direção ao nível de 149 poderia romper a perspectiva lateral, potencialmente entrando na faixa de 150 mais uma vez. No lado negativo, 147,55 serve como suporte inicial, seguido por uma segunda linha de suporte em 146,25. Antecipando um fortalecimento consistente do dólar, há uma possibilidade crescente de que o USD/JPY possa ampliar sua tendência até a segunda metade do ano, atingindo a faixa de 154 - 158.
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