Dólar em Queda Com Decisão Dentro do Esperado Pelo Fed

 | 29.07.2021 04:55

A decisão de política monetária dos EUA de ontem foi unânime em manter a taxa de juros por lá no intervalo entre 0% e 0,25%. Foi dentro do esperado, mas ainda assim mercado reagiu valorizando o real, afinal o carry trade se mantem trazendo investimento para o Brasil com taxas de juros mais interessantes para os investidores.

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Após o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, o dólar renovou mínima em R$ 5,1045. No comunicado divulgado após a decisão, observamos uma novidade de que a decisão dos estímulos já estava tomada desde dezembro passado para atingir os objetivos da política monetária. O Fed continua avaliando que a retomada da economia dos EUA depende da tendência de casos de Covid-19 e que os riscos econômicos ainda prevalecem.

O Comitê busca atingir o máximo de emprego e inflação à taxa de 2% no longo prazo. A autoridade monetária disse que vai atualizar o mercado sobre o progresso dessas medidas no próximo encontro, um indicativo de que o Fed. esteja preparando o mercado para o tapering (momento em que o Fed começa a diminuir a magnitude do estímulo). Portanto, melhor aproveitar a queda porque quando sinalizarem aumento nas taxas de juros por lá, automaticamente o câmbio dará uma subida.

Nos EUA, a meta de pleno emprego ainda está longe de ser atingida, mas a inflação preocupa. O núcleo do IPC subiu em junho 4,5% (anual). Powell insiste que a inflação é temporária. No discurso de ontem, ele disse que foram estabelecidos dois programas de acordos de recompra de ativos (repo). Um deles, segundo o Fed, é um instrumento doméstico permanente (SRF, na sigla em inglês), e o outro um instrumento de repo para autoridades monetárias do exterior e internacional (FIMA, na sigla em inglês). Esses instrumentos servirão como auxílio aos mercados monetários para apoiar a efetiva implementação da política monetária e o funcionamento adequado do mercado.

Agora, o foco do câmbio é na Ptax de sexta-feira e no Copom na próxima semana, projetando um aumento de 1 ponto percentual na taxa básica de juros, para 5,25%, afinal mercado está achando que o Banco Central agirá mais firme no sentido de controlar a inflação. Além disso, 6ª feira a Aneel deve aumentar novamente a bandeira vermelha, devido à crise hídrica.

Com avanço da vacinação, a perspectiva é que o consumidor volte às compras e com isso venha certo alívio ao varejo, ainda que a inflação possa corroer parte da popança acumulada na pandemia. A confiança da indústria brasileira registrou em julho leve avanço e chegou ao nível mais elevado desde o começo do ano depois do terceiro aumento seguido. Os dados mostraram que o Índice de Confiança da Indústria (ICI) ganhou 0,8 ponto e foi a 108,4 pontos em julho, chegando ao maior valor desde janeiro (111,3 pontos). Mas, é importante ressaltar que uma série de obstáculos pode prejudicar o cenário à frente. As empresas ainda enfrentam um cenário de escassez de insumo, possibilidade de racionamento energético e alta incerteza econômica que tendem a limitar uma alta mais expressiva da confiança nos próximos meses.

Por aqui, continua o movimento de previsões dos gestores de fundos sobre antecipações de remessas para escapar do imposto sobre os dividendos. Paulo Guedes não abre mão desses 20%. Conforme disse na análise de ontem, os dados das contas externas com superávit bem abaixo do esperado em junho assustou o mercado e as causas desse resultado realmente mostra que a mudança no imposto de renda pesou. As empresas que recolhem tributos pelo regime Simples Nacional não entrarão na nova regra proposta pelo governo de taxação de dividendos distribuídos a acionistas, disse Paulo Guedes ontem.

Novos sinais de inflação pressionada aqui no Brasil vêm do Índice de Preços ao Produtor (IPP), que inclui preços da indústria extrativa e de transformação e registrou alta de 1,31% em junho, segundo o IBGE. A taxa acumulada em 12 meses foi de 36,1%. Ambas as variações acumuladas, tanto no ano até junho quanto em 12 meses, são as maiores já registradas na série histórica do IPP, iniciada em 2014.

E o fluxo cambial do ano até 23 de julho ficou positivo em US$ 14,556 bilhões. Em igual período do ano passado, o resultado era negativo em US$ 16,269 bilhões. Depois de encerrar junho com entradas líquidas de US$ 4,449 bilhões, o País registrou fluxo cambial negativo de US$ 785 milhões em julho até o dia 23. O fluxo cambial registrado na semana passada (de 19 a 23 de julho) para o Brasil ficou positivo em US$ 302 milhões.

Enquanto isso, do outro lado do mundo, no Japão, a visão dominante entre as autoridades do banco central é de que o recente rali global nos preços das commodities não deve estimular aumentos mais generalizados na inflação ao consumidor de forma que lhes permita debater uma retirada de curto prazo do estímulo. E segue a necessidade de evitar um aperto prematuro da política monetária.

Hoje, na Europa, temos a confiança do consumidor de julho e a publicação da ata da reunião de política monetária pelo Banco Central. No Brasil, IGP-M mensal julho será divulgado e nos EUA o PIB trimestral.

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