Dólar forte, ações estagnadas e juros mais altos devem predominar em 2023

 | 02.01.2023 07:26

  • Pode ser que não ocorra uma recessão em 2023, mas apenas um período de crescimento mais lento.
  • Isso permitirá que o Fed mantenha o aperto das condições financeiras.
  • Isso significa também que o dólar ganhará força, as taxas das treasuries subirão e as ações ficarão estagnadas.
  • O grande tema do final de 2022 foi a expectativa de uma recessão para 2023. Ainda que esse seja o caso, é difícil encontrar qualquer evidência objetiva de que já esteja ocorrendo, apesar de alguns dados esparsos. O PIB do 3º tri foi revisado para cima recentemente, e o indicador GDPNow, do Fed de Atlanta, sugere que haverá um sólido crescimento no 4º tri.

    Pode ser que haja uma recessão em 2023, mas, neste momento, tudo leva a crer que estamos entrando em um período de estagnação, em que o crescimento desacelera, com uma inflação mais aderente e acima da meta do Fed. Isso provavelmente fará com que o banco central americano mantenha as projeções econômicas de dezembro do Comitê Federal de Mercado Aberto, órgão responsável pela política monetária dos EUA. Isso fará com que as taxas das treasuries fiquem mais altas por mais tempo, restringindo as condições financeiras.

    Caso esse cenário se concretize, a moeda americana deve ganhar vigor, gerando problemas para as ações em 2023.

    Isso não significa que o Índice Dólar atingirá novas máximas, na medida em que o Banco do Japão parece disposto a adotar uma postura monetária mais rígida, o que ajudará a fortalecer o iene. Contudo, não se espera que o dólar afunde contra as principais divisas, como muitos investidores parecem acreditar.

    h2 Dólar mais forte/h2

    No curto prazo, o Índice Dólar está tentando formar um fundo entre 103,70 e 106, sendo que o indicador técnico IFR está virando para cima. Isso sugere que o movimento mais provável para o dólar é um reteste da região dos 110 nas próximas semanas.