Dólar: Incertezas Continuam Impactando no Câmbio

 | 08.07.2021 04:45

E vamos seguindo nas tensões políticas, no estresse da reforma tributária que continua pressionando para mais um dia de alta do dólar, porto seguro dos investidores em tempos de incertezas. Com relação à reforma, observamos que o custo de capital para os bancos ficará mais caro e as instituições financeiras serão afetadas pela tributação de dividendos e pelo fim dos juros sobre o capital próprio.

O ministro da Economia Paulo Guedes quer cortar subsídios da indústria química e do xarope de refrigerante para reduzir o Imposto de Renda (IR) das empresas. Se realmente acontecer a taxação de dividendos, empresas multinacionais instaladas no Brasil podem antecipar remessas de recursos à matriz, o que gera mais um componente para a alta da moeda americana.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse ontem pela manhã que mais apoio fiscal nos Estados Unidos poderá alimentar pressões inflacionárias e alertou que o risco de um aumento sustentado nos preços poderá exigir um aumento dos juros mais cedo do que o esperado.

As taxas de juros mais altas nos EUA, por sua vez, podem levar a um forte aperto das condições financeiras mundiais e saídas significativas de capital de economias emergentes e em desenvolvimento. Conclusão, força para o dólar.

Mas, apesar dessa fala do FMI, não foi o que veio na ata do Federal Reserve (Fed), na qual apresentou que o nível atual de recuperação econômica, para começar a reduzir suas compras mensais de títulos, ainda não foi atingido, mas se espera que o progresso para as condições de redução continue em meio a um cenário econômico em melhoria.

O Fed manteve a taxa de juros de referência no intervalo entre 0% a 0,25% e o ritmo de compras de títulos em US$ 120 bilhões mensais. Bom para os emergentes que, com juros maiores do que o dos EUA, fica atrativo para os investidores trazendo entrada de capital para o Brasil.

O que força o câmbio continua sendo a política com a CPI da Covid no Senado, a variante delta e a reforma tributária. Antes da ata, o dólar chegou a R$ 5,281 na máxima, bem acima da abertura em R$ 5,1702. Após a ata, testou R$ 5,20 e então voltou a subir um pouco mais. Volatilidade alta ontem.

E ontem de dados por aqui tivemos o IGP-DI - O índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna que desacelerou a alta para 0,11% em junho, depois de subir 3,4% em maio, pois calendário de hoje traria a declaração de política monetária do Banco Central Europeu, que contém o resultado da decisão do BCE sobre recompra de ativos e comentários sobre as condições econômicas que influenciaram sua decisão, mas o BCE adiou a publicação da ata de sua reunião de política monetária de junho por um dia, para sexta-feira, já que planeja anunciar o resultado de sua revisão de estratégia hoje. Por aqui sai o IPCA mensal e anual de junho. Nos EUA, pedidos iniciais por seguro-desemprego.

Com a incerteza que se instalou recentemente no cenário doméstico em meio a tensões políticas cada vez maiores e uma proposta de taxação de dividendos que foi mal recebida pelos investidores, vários hedge de fundos começaram a desmontar posições vendidas e até montar posições compradas em dólar. No curto prazo, dólar para cima, um alívio no câmbio virá com a perspectiva de aperto monetário agressivo pelo Banco Central (ciclo de altas da Selic). Também o preço das commodities ainda em patamares altos, apesar de perdas recentes, fará com que o real fique mais atrativo para investidores estrangeiros, agora o quanto isso vai impactar depende mesmo do cenário político, da vacinação e do quando se dará o início da retirada de estímulos da economia americana.

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