Dólar, Juros e Inflação Podem Contrariar Expectativas em 2018!

 | 27.12.2017 09:54

Para quem observa as projeções expressas pelo mercado financeiro no Boletim FOCUS do BC, o Brasil terá o ano de 2018 sem atropelos e imune a todo o contexto nervoso interno que se prenuncia e ao externo que sugere não será tão benigno quanto em 2017.

O otimismo contaminado pelo forte anseio para que tudo melhore parece estimular uma insensibilidade quanto aos riscos bastante presumíveis que rondam o próximo ano, com impacto severo sobre as perspectivas para o Brasil no todo.

Naturalmente que é desejável que o Brasil avance efetivamente conquistando melhores fundamentos que possam dar sustentação à melhora da atividade econômica, com mais emprego, mais renda e maior consumo, mas este anseio não pode provocar o menosprezo à realidade que envolve o país não o deixando imune aos cenários adversos que tem alta probabilidade de ocorrência.

2017 poderá ser um ano inacabado tamanho as incertezas presentes que migram para 2018. A questão fiscal expressivamente séria em seu montante deficitário é e continuará sendo um fator desestabilizador, podendo inclusive conduzir o país a um “downgrade” por parte das agências de risco.

Houve uma mudança de humor com o novo governo Temer, mas efetivamente pouco mudou de forma relevante em questão de fatos concretos de gestão em relação ao governo passado. A reforma trabalhista foi um avanço, mas há muitas contestações no STF e podem sofrer reversões dada a postura fragilizada do STF nas suas decisões mais recentes, evidenciando muitas divisões opinativas nos pareceres.

A questão fiscal em seu elevado montante continua a mesma, o desemprego teve uma discreta reversão que não pode ser considerada sustentável, a inflação real do país supera em muito a inflação oficial, o câmbio vem sendo administrado com mão forte intervencionista do BC, e o pior, os personagens políticos no entorno são os mesmos do governo passado que foi afastado.

Há um dito popular que diz: “não há feio nem bonito, depende dos olhos que o vejam”, e isto parece aplicar-se a este momento do Brasil, com uma grande massa formadora de opinião querendo consagrar o bonito, fechando os olhos para o lado feio que tem evidências concretas.

Há muitos “se” nas perspectivas para 2018.

E se a reforma da previdência não for aprovada em fevereiro, prejudicada pelo ambiente político que é um fator constrangedor para os políticos e pela irritação de lançamento de candidaturas prematuras de membros do governo.

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

E se o STF desfigurar a reforma trabalhista com decisões contrárias aos avanços.

E se o governo não conseguir retardar com recurso o aumento do funcionalismo e aprovar o aumento das contribuições.

E se o ex-Presidente Lula for condenado e resolver persistir no intuito de ser candidato valendo-se de todo tipo de recurso, e, causando forte tensão popular que desestabiliza o país e cria incertezas, que acabam por inibir os investimentos nacionais e estrangeiros na nossa economia.

E se ocorrer o esperado retorno de capitais americanos no exterior para os Estados Unidos, impactando fortemente nos mercados emergentes e principalmente no preço de suas moedas.

E se os Estados Unidos forem mais agressivos na elevação da taxa de juro.

E se o país sofrer um “downgrade” e inviabilizar que fundos estrangeiros possam aplicar no Brasil e mesmo os investidores nacionais e estrangeiros passe a ter postura de precaução e adiarem suas decisões.

Enfim, o tripé câmbio, juros e inflação poderá se afastar muito das projeções otimistas predominantes no momento em relação a 2018.

Enfim, teremos uma safra menor, muito estresse eleitoral interno dado as incertezas, muitos entraves para a dinamização da atividade econômica, pois pode ocorrer postura de maior precaução por parte do setor produtivo, dólar mais alto, maior dificuldade para mascarar a inflação real predominante no país e necessidade de elevação do juro SELIC.

Idealmente seria melhor acreditar que nada disto ocorrerá, e que tudo será diferente e a favor do Brasil, mas ignorar a realidade e riscos factíveis pode ter um custo elevado.

Sidnei Nehme

Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.

Sair
Tem certeza de que deseja sair?
NãoSim
CancelarSim
Salvando Alterações