Dólar Sem Tendência Definida Para Início da Semana

 | 14.03.2022 06:00

As turbulências nos mercados externos, por mais que no Brasil o ambiente esteja favorável aos investidores, fez o dólar fechar a semana vendido a R$ 5,054. Na semana a moeda chegou a operar em R$ 4,9851, quando o fluxo de capital para cá superou qualquer notícia referente a guerra.
 
A divisa acumula recuo de 1,98% em março e de 9,32% no ano, o que confere ao real o melhor desempenho entre as principais moedas do planeta. Os juros aqui estão super atrativos. 
 
O índice DXY (que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes) também fechou a semana, com piora do humor lá fora, superando a barreira dos 99 mil pontos e atingiu máxima aos 99,140 pontos, sobretudo graças ao avanço ante o euro. 
 
Nesta semana ocorrerá a tão esperada reunião do Fed, o Banco Central norte-americano. Investidores temem que, por causa do conflito na Ucrânia, o órgão aumente os juros da maior economia do planeta em 0,5 ponto percentual, em vez da estimativa de 0,25 ponto.
 
O normal é que diante das incertezas sobre o desenrolar da guerra na Ucrânia e eventuais impactos de novas sanções econômicas à Rússia, além de risco de greve de caminheiros por aqui, investidores remontem posições defensivas em dólar. As variações da taxa de câmbio vão mudando de acordo com o apetite a risco e fluxo de capital para cá. 
 
Na minha opinião, tendo em vista que os juros locais são extremamente elevados, pode haver nova leva de entrada de recursos externos em ambiente de preços elevados das commodities. A alta de 1,01% no IPCA de fevereiro, acima da mediana das previsões de 0,94% na pesquisa do Projeções Broadcast, realimenta as expectativas de taxa Selic terminal acima de 13%, o que amplia o diferencial de juros e interno e, em tese, aumenta a atratividade das operações de carry trade. 
 
Isso faz o dólar ficar sem uma direção clara, pois por um lado é atrativo investir aqui, por outro além dos desdobramentos da guerra, a taxa de câmbio pode começar a sentir mais a influência da elevação de juros nos países desenvolvidos, inflação pressionada e da corrida eleitoral doméstica.
 
Boa sorte, leitores! Que a semana seja de lucro e muita paz na terra.
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Escrito por: Vanessa Blum Colloca

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