Dólar: Semana Curta e Cheia de Feriados

 | 06.07.2021 05:50

Esta semana será mais curta para o mercado financeiro, pois ontem foi o feriado americano de dia da independência e sexta-feira será feriado no Estado de São Paulo, portanto sem negócios na B3. Poucos índices no calendário da semana, IPCA, vendas no varejo e IGP-DI, além da questão tributária referente ao Imposto de Renda (IR). Na Câmara, os líderes tentarão acordo para aprovar as mudanças esta semana antes do recesso.

O projeto da reforma de IR se transformou em um cabo de guerra entre o ministro da Economia Paulo Guedes e os investidores do mercado financeiro devido ao aumento da carga tributária dos lucros e dividendos. Especialistas alertam que as grandes empresas vão reter volumes significativos dos lucros para fugir da nova tributação e, como consequência prática, haverá a redução da arrecadação efetiva do novo imposto. Também na política, que não pode ser deixada de lado quando se fala em economia, a CPI da pandemia escala as tensões, assim como a questão da rachadinha que surgiu ontem e nada disso é bom para o real. Atenção leitores que acompanham o dólar, pois essa antecipação de distribuição de dividendos e a saída de dólares tendem a pressionar o câmbio no final do ano.

Na quarta-feira sai o IGP-DI, que mostrará a medida da pressão inflacionária.

Na quinta-feira sairá IPCA de junho. Mercado está obviamente revisando este índice para cima devido à tarifação da energia elétrica maior por causa da crise hídrica.

O boletim focus divulgado pelo Banco Central ontem, assim como ocorre todas as segundas-feiras, nos trouxe as expectativas do mercado para a economia brasileira. São elas: a inflação do final deste ano foi elevada para 6,07%, contra 5,97% na semana anterior, a 13ª alta seguida. Em relação ao IPCA de 2022, as estimativas caíram de 3,78% para 3,77%, enquanto para 2023 ficaram em 3,25%. Os economistas elevaram as estimativas para a alta do PIB no fim do ano, com avanço projetado de 5,18% contra 5,05% na última semana. Para 2022, a estimativa de expansão caiu de 2,11% para 2,10%.

A taxa Selic foi mantida em 6,5%, a mesma projeção da última semana e elevaram para 2022 em 6,75%, já para 2023 e 2024 mantiveram 6,50%. Em relação ao dólar, as apostas caíram para R$ 5,04, ante R$ 5,10 na semana passada. Ontem também saiu o PMI do setor de serviços e foi o primeiro aumento dos últimos 6 meses. Em linha com o crescimento da demanda, as empresas fornecedoras de serviços do Brasil contrataram mais funcionários em junho, e o aumento das vagas foi o mais forte desde janeiro de 2020, encerrando um período de seis meses de cortes.

No Congresso teremos a comissão mista de orçamento para votar a lei de diretrizes orçamentárias até dia 17, pelo menos essa é a intenção.

No Banco Central, a indicada para diretoria de assuntos internacionais e riscos corporativos, Fernanda Guardado, deve ser votada amanhã.

Olhando para o exterior, as especulações são ainda sobre quando se dará inicio a retirada de estímulos nos EUA e poderemos ver algum sinal na ata de junho do Fed, que será amanhã. A maioria fala em alta de juro em 2023, mas existem apostas para aperto antecipado já em 2022. Para nós, quanto mais demorar o aperto, melhor.

Na Europa, o BCE divulgará na quinta feira a ata da reunião na quinta feira. Ontem os PMI da zona do Euro vieram acima das projeções.

Na China os dados das atividades não vieram bons e podem passar para as commodities. O PMI do setor privado caiu de 55,1 em maio para 50,3 em junho e foi o menor em 14 meses.

Na minha percepção, o Federal Reserve deve garantir um cenário ainda favorável aos emergentes por um tempo. Isso favorece o fluxo para o Brasil., atraído pelas novas doses de alta para a Selic, além das contas externas que também fazem parte do meu otimismo e, junto a isso, as projeções de um PIB maior e a o ciclo de alta das commodities . Apesar disso, meu otimismo não é tanto, pois a reforma tributária está pesando bastante na questão de ingresso de recursos e o noticiário político também não esta ajudando. Aliás, foi o que falou mais alto ontem e pressionou o câmbio ainda mais. Dólar chegou a bater R$ 5,0933 tentando romper os R$ 5,10.

Quem também sofreu pressão de alta ontem além do dólar foi o petróleo que fechou com ganho de mais de 1% no contrato futuro. A commodity foi apoiada pela notícia de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) não conseguiu novamente chegar a um acordo sobre a retomada gradual de sua produção. No fim, o grupo nem anunciou data para uma próxima reunião sobre o tema. Petrobras (SA:PETR4) eleva preço do litro da gasolina em 6% e do diesel em 3,7% a partir de terça feira. Os reajustes refletem a alta do Petróleo WTI no mercado internacional.

Calendário de hoje teremos na Europa vendas do varejo de maio, nos EUA o PMI composto e de serviços de junho. Por aqui, segue a “novela” CPI da covid e reforma tributária.

Mercado de câmbio deve manter a volatilidade entre dados e perspectivas positivas e noticiário e tensões políticas puxando o dólar para cima. Não podemos esquecer que quanto mais rápido vacinarmos teremos a diminuição das restrições e o aquecimento da economia, mas por enquanto dólar está mesmo apreciado.

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.

Sair
Tem certeza de que deseja sair?
NãoSim
CancelarSim
Salvando Alterações