Economia Verde: Biden Comprova na Cúpula do Clima que ESG Veio Para Ficar

 | 26.04.2021 12:58

A cúpula do Clima, liderada pelos EUA, foi o primeiro grande evento internacional depois da eleição de Joe Biden.

A postura democrata de se preocupar muito mais com as questões ambientais do que os seus antecessores já era conhecida, mas algumas afirmações durante o evento reforçaram ainda mais essa tendência.

Por conta disso, chamou muito a atenção quando John Kerry, o enviado especial do governo para questões climáticas, afirmou durante o evento que “o maior mercado da história está se abrindo diante de nossos olhos e vai gerar milhões de empregos bem pagos, principalmente nos países que estiverem abertos a essa agenda”. E, mais adiante, Joe Biden afirmou que o mundo estava passando pela Quarta Revolução Industrial.

Que o mundo está sempre de olho nas ações norte-americanas, todos já sabemos. Afinal, é a economia mais dinâmica do planeta, que (ainda) dita os rumos e o contexto para cada ciclo econômico. Mas temos que entender também que existe também um interesse político por trás do interesse americano em capitanear a chamada “Economia Verde”.

Está em curso uma verdadeira guerra velada com a China pelo domínio do comércio global. Vendo o rival crescer tanto na influência quanto no poder financeiro e até bélico, os EUA sabem que um ponto fraco chinês está no ESG, já que o país asiático é responsável por 28% das emissões de carbono em todo o mundo.

Mas meu objetivo aqui é me ater a uma análise estritamente econômica e às suas consequências nos investimentos. É essencial que você, como investidor, esteja atento a essas tendências, analisando-as com frieza e objetividade, deixando de lado sua visão política e ideológica sobre alguns temas.

Não há dúvidas que a Cúpula do Clima reforçou ainda mais que os investimentos em empresas ESG não são apenas uma tendência de curto prazo, mas sim uma agenda duradoura e crescente.

h2 MAS AFINAL, O QUE É ESG?/h2

Provavelmente você já deve ter ouvido falar nessa sigla. Se não ouviu falar, acostume-se.

Mas o que significa ESG, afinal? A sigla ESG é resultado de um termo em inglês intitulado Environmental, Social and Governance. Em português, poderíamos chamar de ASG, traduzindo o termo para Ambiental, Social e Governança.

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

Quando falamos em investimentos ESG, significa que, ao avaliarmos uma empresa para investir, além das tradicionais métricas econômico-financeiras, também são levados em consideração critérios relacionados a questões ambientais, sociais e de governança.

Em resumo, empresas que, além de possuírem negócios robustos, também se preocupam com essa tríade, são priorizadas na composição de um portfólio.

h2 O CRESCIMENTO DO ESG NOS INVESTIMENTOS/h2

Você já deve ter notado que muitas das grandes empresas no Brasil já estão adotando um posicionamento diferente, querendo deixar claro que são empresas sustentáveis, se preocupam com questões sociais e que possuem uma governança que beneficia a transparência e a diversidade.

E esse movimento não ocorre somente aqui. O fato é que ocorre de forma muito mais intensa no restante do mundo, devido ao aumento de interesse dos investidores.

Só para se ter uma ideia, em 2020, o total de recursos aplicados na modalidade chegou a 250 bilhões de dólares. Os Estados Unidos já correspondem a 20% da participação desse montante, com um crescimento de 400% nos últimos 3 anos. E as perspectivas de crescimento são ainda mais fortes, como mostra o gráfico abaixo, projetado pelo Deutsche Bank