Eleição na Geórgia Determinará Política de Energia nos EUA e Preços Mundiais

 | 26.11.2020 18:21

Este artigo foi escrito exclusivamente para o Investing.com

  • Barril de petróleo volta a superar o ponto de pivô de US$ 40; XLE repica
  • Gás natural despenca ao se aproximar da temporada de pico de demanda
  • Segundo turno da eleição na Geórgia determinará maioria no Senado americano
  • Política de energia dependerá da eleição especial de 5 de janeiro
  • Expectativa de maior volatilidade no petróleo e gás futuro; vacina e menor produção podem provocar um rali em ações relacionadas à energia

À medida que os EUA se aproximam dos meses de inverno, os mercados futuros de energia tendem a enfrentar mudanças sazonais. Embora os preços do petróleo e de produtos derivados geralmente se enfraqueçam no quarto trimestre e na primeira parte do 1º tri de cada ano, o gás natural em geral se move na direção contrária. A demanda de gasolina, derivado mais consumido do petróleo, declina durante os meses de inverno, já que os motoristas andam menos com seus veículos. A necessidade de calefação sobe durante o período mais frio do ano, fazendo o gás natural atingir picos anuais durante os primeiros meses da estação de inverno.

Mas 2020 não é um ano típico nos mercados, e o setor de energia não é exceção. A notícia de uma vacina para o coronavírus elevou o otimismo de que existe uma luz no fim do túnel escuro da covid-19. Entretanto, o número de casos do coronavírus e hospitalizações disparou na Europa e nos Estados Unidos, fazendo com que as commodities de energia seguissem em direções opostas.

Enquanto isso, a eleição de 2020 nos EUA já está no espelho retrovisor do mercado. Entretanto, duas corridas para o senado na Geórgia em segundo turno determinarão os planos do presidente eleito Joseph Biden para os próximos anos. A partir de 20 de janeiro, Biden será um democrata na Casa Branca com uma pequena maioria na Câmara de Representantes. Mas a maioria no Senado dependerá dos resultados no segundo turno da Geórgia. Como os democratas apoiam a agenda verde que restringe a produção e o uso de combustíveis fósseis, o futuro cenário regulatório dependerá da capacidade da nova administração de aprovar essa legislação.

Os Estados Unidos são os maiores produtores mundiais de energia. Há décadas, o país buscava ter independência de fontes estrangeiras de energia. Uma abordagem ecológica da energia nos EUA pode impactar substancialmente os preços do óleo e do gás. Por isso, o caminho de menor resistência para os preços do petróleo e dos futuros do gás natural está nas mãos dos eleitores da Geórgia, que voltarão às urnas para eleger dois senadores em 5 de janeiro.

h2 Barril de petróleo volta a superar o ponto de pivô de US$ 40; XLE repica/h2
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Nas últimas duas semanas, a Pfizer (NYSE:PFE); (SA:PFIZ34) e a Moderna (NASDAQ:MRNA) anunciaram que seus ensaios contra a covid-19 apresentaram taxas de eficiência de 90% e 95%, respectivamente. Na segunda-feira, a AstraZeneca (NASDAQ:AZN); (SA:A1ZN34) se juntou à luta mundial contra a pandemia divulgando os resultados da sua própria vacina.

Entre outros aspectos, essas notícias são positivas para o petróleo que afundou no início do ano por causa da evaporação da demanda provocada pelos bloqueios econômicos. No fim de abril, o preço do WTI atingiu o território negativo no mercado futuro da NYMEX, enquanto o Brent futuro registrou seu preço mais baixo deste século.

Em 20 de outubro, o contrato futuro do petróleo na NYMEX para janeiro atingiu a máxima de US$ 41,90 e depois caiu. A alta dos casos de Covid na Europa e nos EUA ameaçou causar outro declínio substancial no preço das commodities de energia, à medida que nos aproximamos dos meses de inverno, época tradicionalmente fraca do ano.