Entenda o Cenário das Locadoras em Meio à Crise das Montadoras

 | 10.12.2021 16:37

*Por Danielle Lopes e Giulia Nicola

Cerca de 300 mil veículos, em relação ao que foi estimado no início de 2021, deixarão de ser produzidos no Brasil este ano devido à falta de componentes eletrônicos nas linhas de montagem. A expectativa é da Anfavea, entidade que reúne as montadoras.

Para 2022, a Anfavea estima que o gargalo em relação à escassez de chips deve continuar e prevê a retomada completa do fornecimento apenas em 2023.

As locadoras poderiam aumentar ainda mais seu crescimento se a oferta de carros novos no mercado fosse maior. Mas, por enquanto, não há sinal de alerta. As grandes empresas desse setor, como Localiza (SA:RENT3), Unidas (SA:LCAM3) e Movida (SA:MOVI3), têm conseguido repassar os preços ao consumidor conforme observado nos balanços operacionais do terceiro trimestre.

As locadoras adquiriram menos veículos novos este ano e estão com bastante caixa, o que as deixa preparadas para um cenário mais desafiador no próximo ano.

h2 O comportamento das locadoras na última crise/h2

Na crise de 2014 e 2016, por exemplo, o Brasil enfrentava um período de recessão econômica. Vimos movimentos de alta dos juros e do dólar, devido à recessão, com as atividades econômicas sendo impactadas.

Nesse mesmo período, as empresas Localiza (RENT3) e Unidas (LCAM3) já tinham capital aberto na Bolsa de Valores brasileira, a B3 (SA:B3SA3).

h2 Unidas/h2

A Unidas, por exemplo, registrou crescimento do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em todos os anos, com exceção do primeiro semestre de 2014, e o lucro apenas sofreu uma pequena queda nesse mesmo ano.

Esse desempenho mostra a resiliência de LCAM, que não viu impacto significativo com a alta dos juros e do dólar em seus resultados.

Em 2018, nossa analista cita um boom nos resultados da companhia, ao realizar a maior fusão da história do setor (até o momento) entre a Locamerica (SA:LCAM3) e Unidas, o que elevou a companhia a um novo patamar.