Escalada da Insanidade

 | 03.09.2021 08:49

Setembro não será um mês fácil. Muita volatilidade nos espera, até porque teremos a crise hídrica no radar, não descartando a necessidade de racionamento, ainda mais porque se aproxima o verão e o uso de ar condicionado como um fator a mais de risco.

Para piorar, temos um presidente totalmente "descompensado", só pensando em outubro de 2022, embora, neste momento, ao que parece, suas chances de chegar ao segundo turno sejam cada vez mais remotas.

No mercado, as bolsas de valores oscilam ao sabor das "crises" diárias, "fabricadas" pela tensa relação entre os poderes e na avaliação das várias pautas no Congresso. Em agosto, a bolsa paulistana perdeu 2,5% do seu valor, depois de recuar em julho (3,9%). E o pior é que a bolsa paulistana vinha num bom rally de altas mensais, "testando" os 130 mil pontos.

Na economia real, como descreveremos a seguir, a atividade já parece afetada pela permanente crise político-institucional que vivemos, além do atraso no “liberar” da Pandemia . Vacinações em bom ritmo. Interessante. Embora tenhamos presenciado muitas negativas no meio do caminho, bilhões de reais "rasgado" na compra de "placebos", como cloroquina e ivermetcina, até que o ritmo de vacinações deu uma deslanchada por estes dias, abrindo novas possibilidades de "normalização" da vida econômica.

No mapeamento do País, com a primeira dose já são 64,7% do total e com a segunda dose 30,1%. Lembremos que são 582 mil óbitos, num universo de 20,8 milhões de casos. Estejamos atentos, no entanto, às várias cepas que aparecem. Prevemos a Delta se espalhando neste restante de ano e a terceira dose para pessoas com comorbidade como uma opção concreta.

Atividade. Os dados mais recentes de atividade decepcionam. O PIB do segundo trimestre veio em queda de 0,1% contra o anterior, com forte queda da Agricultura (2,8%), derrubada pelas quebras de safra de diversas culturas, impactadas por geadas, secas e incêndios.

Chama atenção também o recuo dos investimentos, com a FBCF recuando 3,6%, reflexo da melhor cautela no horizonte dos empresários. Pelo lado da produção industrial, em queda de 1,3% em julho contra junho, temos a perspectiva de um terceiro trimestre ainda mais nebuloso. Neste contexto, parece difícil que o país cresça 5,0% a 5,5% neste ano, mas sim, no máximo, 4,5% a 4,9%.