Mike Zaccardi, CFA, CMT | 22.06.2022 10:20
Este artigo foi escrito exclusivamente para o Investing.com
No início desta semana, a Alemanha anunciou que reativaria suas usinas de energia movidas a carvão para preservar gás natural. Esse foi mais um duro golpe nos defensores dos princípios ambientais, sociais e de governança corporativa (ESG, na sigla em inglês).
No final das contas, quem fala mais alto é o dinheiro. Neste momento, os preços da energia na Europa estão disparando, em meio a temperaturas escaldantes. Para piorar toda a situação, a empresa Freeport LNG fechou suas instalações após um grave incêndio, interrompendo as exportações de GNL.
Todos esses fatores pressionam o movimento ESG, que já esteve na moda e foi abraçado por personalidades políticas.
h2 De olho no ESG/h2Existem diversas formas pelas quais os investidores podem analisar o crescimento (e o declínio) das iniciativas ESG. Uma delas é pesquisar as tendências de pesquisa no Google (NASDAQ:GOOGL). De acordo com a Bloomberg, as pesquisas sobre ESG caíram ultimamente, em forte contraste com o crescimento constante que vinham registrando nos últimos anos.
h3 Tendências de pesquisa no Google sugerem que o interesse por ESG estancou/h3Fonte: Bloomberg, Google Data
h2 O fluxo do dinheiro/h2Mas, como afirmei anteriormente, o dinheiro está acima de tudo nos mercados financeiros. E seria bom que os investidores de energia de todo o mundo ficassem atentos a um gráfico preocupante.
De acordo com uma pesquisa global do Bank of America, os fluxos de títulos ESG na Europa caiu. A última vez que vimos isso foi durante o crash financeiro de março de 2020.
Desta vez é diferente, porque não estamos em modo de pânico. O que estamos vendo são mudanças fundamentais na Europa provocadas por uma confluência de fatores, com destaque para a situação entre Rússia/Ucrânia. Além disso, anos de descarbonização no continente resultaram na atual crise de energia.
h3 Fluxos de renda fixa em títulos ESG europeus ficam negativos após grandes influxos de 2019 ao início de 2022/h3Fonte: BofA (NYSE:BAC) Global Research, EPFR Data
h2 Empresas de energia da Europa em jogo/h2Como o investidor pode se posicionar diante da queda do ESG e do foco “renovado” na força da energia? Leve em consideração posições de longo prazo em empresas como Shell (NYSE:SHEL), (LON:RDSa); BP (NYSE:BP), (LON:BP) e TotalEnergies (NYSE:TTE), (EPA:TTEF). Essas três gigantes possuem valuations atraentes e geram um bom retorno com dividendos.
De acordo com o Wall Street Journal, seus índices P/L retrospectivos são de 9,0 e 8,7 para Shell e Total. A BP possui um LPA negativo no último ano, mas seu P/L prospectivo é de apenas 4,4, segundo a previsão dos analistas do BofA.
Quanto ao rendimento dos dividendos, o WSJ informa que o retorno fornecido pela Shell é de 3,6%, enquanto o da BP é de 4,7% e o da Total é de 5,5%. Trata-se de um mercado volátil, basta observar que o fundo do setor de energia nos EUA acumulava alta de quase 70% no ano até o início deste mês, mas, desde então, recuou e agora tem uma valorização de 34%.
h2 Conclusão/h2ESG se tornou uma palavra mal vista. Os investidores devem ficar de olho nas empresas de energia de grande porte, com valor baixo e bons dividendos, as quais serão essenciais para que o continente disponha das velhas fontes de energia baseadas em combustíveis fósseis, como petróleo e gás natural. No momento em que o ímpeto das ações de energia nos EUA perde força, a demanda deve continuar elevada nas ações europeias do setor.
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