Essenciais para o setor automotivo, platina e paládio sofrem com demanda fraca

 | 02.08.2023 10:58

  • A perspectiva de demanda mais fraca no setor automotivo pesou sobre os Metais do Grupo Platina (MGP) neste ano, principalmente sobre o paládio;
  • Desde maio, a platina e o paládio se movimentaram na mesma direção durante o repique do dólar;
  • Para se recuperarem, o paládio e a platina precisam romper resistências a US$ 1.324 e US$ 973, respectivamente.
  • A demanda industrial mostrou sinais de fraqueza para a platina e o paládio no último ano, e os dois metais usados em catalisadores de automóveis seguiram correlacionados com os altos e baixos do ouro, à medida que o dólar se fortalecia e fazia os três se desvalorizarem.

    Desde maio, os contratos futuros da platina e do paládio na Comex de Nova York se movimentam na mesma direção no período mensal.

    O platina teve uma queda de 18% no acumulado de maio e junho. Depois, recuperou cerca de 5% em julho. Na abertura do mês de agosto, o metal apresentou uma queda de 2%.

    Já o paládio se desvalorizou quase 20% no acumulado de maio a junho. No mês passado, subiu mais de 4%.  No início deste mês, terminou a primeira sessão com uma queda de 3%.

    O ouro também subiu 4% em julho e registra queda de mais de 1% no começo de agosto, à medida que o dólar segue se recuperando das mínimas de 15 meses de julho.

    “O impulso positivo do mês anterior na platina e no paládio foi uma reação à fraqueza do dólar e, agora, o fortalecimento da moeda americana parece contribuir para a fraqueza nos dois metais”, afirmou o analista técnico de commodities Sunil Kumar Dixit. De acordo com o especialista:

    “Esperamos que o dólar fique mais forte, o que pode causar novas quedas nos dois metais do grupo do platina (MGP)”.

    No entanto, no ano até agora, os MGP estão bem diferentes.

     A platina, um importante purificador de gases de escape no conversor catalítico de carros a diesel, apresenta queda de 14% no ano. Já o paládio, que desempenha a mesma função de purificação de gases em motores a gasolina, está com uma queda surpreendente de 32% no ano.

    h2 Contexto/h2

    As oscilações do dólar este ano, que se movimentou mais para cima do que para baixo, têm causado bastante volatilidade em algumas commodities, inclusive os dois MGP.

    Dos dois metais de catalisadores automotivos, o paládio está mais valorizado do que a platina por seu uso em carros a gasolina, que dominam o mercado global.

    Abaixe o App
    Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
    Baixar Agora

    No entanto, a perspectiva econômica global mais fraca, causada por problemas de crescimento na China e preocupações constantes com uma recessão no Ocidente - especialmente a Europa mais do que os EUA -, acabou pesando muito sobre o mercado automotivo e o paládio.

    Em março de 2022, o paládio atingiu um recorde de US$ 3.440,76/onça no mercado futuro de Nova York. Esse rali ocorreu depois que a Rússia, importante produtora, invadiu a Ucrânia e interrompeu o fluxo não apenas do paládio, mas também de outras commodities relevantes, gerando uma reação dos governos ocidentais, que aplicaram pesadas sanções contra Moscou.

    No momento da redação do artigo, nesta quarta-feira, 2, o contrato mais ativo do paládio com entrega em setembro na Comex de Nova York estava em torno de US$ 1.223/onça. Ele encerrou o ano passado em US$ 1.806,70.

    Já a platina estava um pouco abaixo de US$ 933 no momento da redação. Ela fechou 2022 a US$ 1.086.

    h2 Perspectiva para os MGP/h2
    • h3 Paládio/h3