Estamos ansiosos para mudar de assunto: de política e fiscal para empresas

 | 26.01.2023 10:10

Fazia um bom tempo que não falávamos de empresas. Passamos os últimos doze meses debatendo política e rombos fiscais, tanto no pré quanto no pós eleições.

Para o investidor de Bolsa, isso costuma ser um mau sinal – assim como, para o torcedor, é um mau sinal quando o juiz, o bandeirinha ou o cartola roubam o protagonismo que cabe aos jogadores e, eventualmente, ao técnico.

Mas veja só que azar: justo quando estávamos prontos para voltar a falar de empresas, fomos obrigados a falar da empresa errada, pelo motivo errado.

Poderíamos começar o ano abrindo a pauta sobre mais uma rodada de resultados resilientes de Itaú (BVMF:ITUB4), Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) e BTG (BVMF:BPAC11), imprimindo RSPLs consistentemente acima de 20%, faça chuva ou faça sol.

Poderíamos nos impressionar (mais uma vez) com a capacidade infinita de Arezzo (BVMF:ARZZ3) e Weg (BVMF:WEGE3) superarem consenso, ou com os múltiplos relativamente baratos (para um high quality) de Equatorial (BVMF:EQTL3) e Localiza (BVMF:RENT3).

Com alguma sorte, poderíamos até mesmo congratular Jean Paul Prates por deixar a Petro gerar caixa em paz, para o bem de todos e felicidade geral da nação…

Todavia, acabamos calados pela recuperação judicial da Americanas (BVMF:AMER3), permeada por graves indícios de fraude, que seguem sob investigação. 

Ou seja, vamos passar um bom tempo ainda dominados por esse assunto incômodo, que não só destrói a marca da empresa e mancha a sonhática reputação do 3G (reversão à média?), como também atrapalha a própria imagem do mercado de capitais.

Porque não foram só os detentores de AMER3 que perderam dinheiro. 

Ocorreu, na verdade, uma socialização das perdas, respingando – em maior ou menor grau – sobre acionistas e cotistas a graus de separação do epicentro do problema.

A percepção sistêmica de risco aumentou, e não vai se normalizar tão cedo.

Felizmente, a máxima talebiana da antifragilidade nos faz lembrar que as dores sistêmicas são sempre curadas, em detrimento das falências intrínsecas.

A cada ano, vários restaurantes quebram, alguns sobrevivem e – como resultado geral – estamos comendo e bebendo muito melhor do que 30 anos atrás.

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