Lance Roberts | 27.07.2020 18:09
Ações fazem rompimento falso
Discutimos anteriormente como as ações tiveram dificuldade diante do aumento de casos do vírus . É importante notar que o mercado havia permanecido dentro de uma consolidação desde as máximas de meados de junho. E dissemos o seguinte:
“Além disso, o continua preso em uma armadilha técnica entre as máximas de junho e as recentes mínimas da consolidação. Com o mercado sobrecomprado no curto prazo, o potencial de alta continua limitado. No entanto, existe um importante suporte entre a atual linha de tendência de alta e as médias móveis de 50 e 200 dias, o que restringe o risco de queda.”
Com a liquidação da semana passada, atualizamos nossas faixas de risco-retorno abaixo. Infelizmente, o mercado não conseguiu prosseguir com o rompimento, permanecendo dentro da faixa estabelecida de negociação. O mercado preservou sua linha de suporte da tendência de alta, o mantendo intacto seu viés altista por enquanto.
O aspecto não tão otimista é que todos os quatro indicadores primários de compra/venda moveram-se agora para o território de venda. Isso não significa que haverá um crash iminente no mercado. Mas sugere que o espaço para a alta é limitado no curto prazo.
h2 Extremos em tecnologia/h2Atualmente, estamos direcionando nossa atenção ao Nasdaq, que está sendo impulsionado pelos cinco nomes com maior capitalização de mercado. Como discutimos na #MacroVisão desta semana, a “bolha tecnológica” voltou na forma de desvios técnicos das médias de longo prazo. Como mostramos abaixo, sempre que o Nasdaq é negociado com três desvios-padrão acima da MMD 200 ocorre uma correção dos preços.
Na maior parte do tempo, as correções acontecem de forma muito rápida. Entretanto, existem algumas ocasiões em que o payback NÃO é imediato. Isso fez com que os investidores assumissem mais risco antes da reversão. (Observe a extremidade do indicador MACD no painel inferior.)
Como discutimos nas últimas semanas, o mês de julho tem mantido sua histórica tendência de força. Entretanto, como a temporada de resultados do S&P 500 se encerra na próxima semana, suspeitamos que os fracos dados econômicos irão de encontro com o sentimento mais exuberante do mercado em agosto e setembro.
Muitas ações com baixo desempenho
No artigo “Tecnicamente Falando ” publicado na terça-feira, apresentamos 15 gráficos que deveriam fazer qualquer investidor parar para pensar. Seu objetivo era tentar fazer uma contraposição à armadilha do “viés de confirmação” que geralmente pega muitos investidores durante episódios de mercados mais altistas.
Sentiment Trader adicionou mais um alerta à lista ontem.
“A porcentagem de ações que ficaram mais de 10% atrás do índice disparou. Embora tenhamos diferentes fontes de dados e talvez metodologias distintas, podemos ver que esse realmente é o caso.”
O gráfico mostra a porcentagem de ações do S&P 500 que geraram retornos pelo menos 10% abaixo do índice nas últimas 13 semanas. Não é incomum ver esse número saltar durante mercados de alta, como aconteceu durante a pandemia. Mesmo assim, não é normal ver tantas ações com desempenho significativamente abaixo do índice, enquanto este salta para as máximas anteriores.
A tabela abaixo mostra todos os dados desde 1999, quando o S&P estava a cerca de 3,5% da sua máxima de 52 semana. E mais de um quarto das ações componentes estavam dois dígitos atrás do índice".
A projeção de retornos no curto prazo era fraca, com uma relação de risco-retorno bastante negativa durante o mês seguinte. Mesmo com uma alta três meses depois, o a relação de risco-retorno estava muito mais inclinada para o risco”.
Isso confirma ainda mais nossas preocupações com uma correção de mercado nos próximos meses.
Sim, como notamos acima, houve ocasiões em que esse indicador não conseguiu fornecer um sinal no momento certo. Porém, na maioria dos casos, os investidores foram punidos por ignorar os sinais de alerta.
É por isso que o “viés de confirmação”, isto é, o ato de buscar apenas informações de confirmem suas visões atuais, é inerentemente perigoso. Investir tem a ver com pesar as possibilidades contra as probabilidades e administrar o “risco de fracasso” com o tempo.
h2 Estímulo do Fed cria o “Efeito Cobra”/h2Nosso colega Jeffrey Marcus escreveu um excelente artigo nesta semana, discutindo como o estímulo do Fed havia criado o “Efeito Cobra”. O termo se refere a uma antiga história de Déli, na Índia.
“A história é a seguinte: havia tantas cobras em Déli que o governo oferecia uma recompensa para cada uma que lhe fosse entregue morta. Inicialmente, a tática funcionou,. De repente, pessoas começaram a criar cobras para conseguir uma receita maior com as recompensas. Quando as autoridades descobriram o esquema, cancelaram o programa.
O problema aconteceu quando os criadores, que detinham um vasto estoque de cobras, as soltaram no meio ambiente. Com a remoção da demanda (recompensa) por cobras, a população do réptil explodiu e ficou pior que antes”.
Como argumenta Jeff, as ações de estímulo tomadas atualmente pelo Fed para sustentar a economia e impulsionar os mercados de títulos e ações acabarão criando um problema maior. Uma inundação de liquidez está sendo direcionada a um mercado altamente ilíquido que se dissociou da economia subjacente .
Em suas palavras de conclusão, Jeff explicou que “a cura será pior do que a doença”.
A consequência das ações do Fed não é necessariamente o fracasso do mercado de ações. O impacto se daria apenas em uma pequena parcela da população que detém ações. A verdadeira preocupação é sua manifestação na forma de um crescimento econômico mais fraco, com a ampliação da disparidade de renda e a .
Estímulo do Fed influencia psicologia
O principal ponto defendido por Jeff, no entanto, é que, embora o resultado do enorme volume de estímulo do Fed possa ser negativo, os gestores de ativos vão fazer o que são pagos para fazer. Eles continuarão investindo em formas de gerar os melhores retornos aos seus clientes.
Isso é o que cria as bolhas e, eventualmente, seu estouro. A teoria de George Soros sobre bolhas explica isso claramente.
“Todas as bolhas apresentam dois elementos:
Quando se desenvolve um feedback positivo entre a tendência e a ideia falsa, um processo de ascensão e queda tem início.O processo está propenso a ser testado por um feedback negativo ao longo do caminho, e se for forte o bastante para sobreviver a esses testes, tanto a tendência quanto a ideia errônea serão reforçadas.
Eventualmente, as expectativas do mercado ficam tão desconectadas da realidade que as pessoas são forçadas a reconhecer que uma ideia errônea está envolvida. Surge um período crepuscular durante o qual crescem as dúvidas, e mais pessoas perdem a fé. Mesmo assim, a tendência prevalecente é sustentada pela inércia.
De repente se chega a um ponto-chave, em que a tendência é revertida e acaba se autorreforçando na direção oposta.”
O padrão das bolhas é interessante, pois ele muda o argumento a partir de uma visão fundamentalista para uma visão técnica.Os preços refletem a psicologia do mercado, criando um loop de feedback entre os mercados e os fundamentos.
Em um mundo onde não existe o “medo” de uma correção de mercado, onde persiste um senso de urgência para estar investido e um fluxo contínuo de rumores de alta, o mercado acaba ficando sujeito a um evento inesperado e inevitável.
É por isso que prestamos atenção ao “risco”.
h2 Atualizando as faixas de risco/retorno/h2Em nossa última atualização de risco/retorno, dissemos:
“Depois de vários testes fracassados de superar as máximas de junho nesta semana, reduzimos o risco das nossas carteiras e adicionamos posições em hedge. Mesmo com esses ajustes, nossos portfólios continuam tendo bom desempenho, na medida em que a rotação de setores de aversão ao risco mantém as carteiras estáveis.A razão para a redução do risco é a inclinação negativa das faixas de risco/retorno atualmente."
Nesta semana, esse viés negativo ganhou relevo, haja vista que o mercado não conseguiu manter o rompimento da faixa de consolidação. É importante notar que vimos a rotação de “crescimento” para “valor” ganhou tração.
Essa inclinação negativa na dinâmica de risco/retorno do mercado mantém nossos portfólios atuais com um hedge maior do que de costume.
h2 As diretrizes/h2O tema universal do relatório desta semana é que o risco está ficando mais alto à medida que entramos em agosto e setembro. Isso não significa que haverá um crash no mercado.Significa que há uma possibilidade maior de vermos uma correção.
Na #MacroVisão abaixo, apresento as diretrizes que aprendi nos últimos 30 anos. Estas são nossas diretrizes, mas pode ser que você encontre algum valor nelas.
Como investidores, nosso trabalho é ver os mercados através das lentes da estatística e das probabilidades. Se você pode controlar o risco, a oportunidade de aumentar o patrimônio fica mais fácil.
Sim, os mercados sempre se recuperaram de suas perdas, mas voltar ao ponto de partida não é o mesmo que fazer dinheiro.
Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
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