Etanol: Demanda Aquecida Manteve Preços Médios Acima da Safra Anterior

 | 22.08.2019 18:20

A demanda aquecida tem mantido os preços médios dos etanóis hidratado e anidro da atual temporada 2019/20 acima dos observados na safra anterior. Diante da maior procura, usinas estiveram mais firmes nos preços de vendas, mesmo com a chegada do período de pico de colheita na região Centro-Sul. Além disso, fatores como menor moagem de cana frente ao mesmo período de 2018 e estoques menores de etanol também deram sustentação aos preços. Em julho, a média das semanas cheias do Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado foi de R$ 1,6795/litro, valor 3,66% maior que o das semanas de junho e 8% acima da de julho do ano passado, em termos reais (valores foram deflacionados pelo IGP-M de julho/19). Para o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol anidro, a média de julho foi de R$ 1,8634/litro (considerando-se somente o mercado spot), aumentos de 0,41% em relação à de junho/19 e de 5% frente à de julho/18.

Na parcial da safra 2019/20 (de abril a julho de 2019), a média do Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado (considerando-se as médias mensais) já supera em 1,5% a do mesmo período de 2018, em termos reais. No caso do anidro, a média desta safra está 0,27% acima da de abril a julho de 2018. Em termos de comercialização, o volume de etanol hidratado negociado em julho em São Paulo, segundo dados levantados pelo Cepea, cresceu expressivos 72% frente ao mês anterior. No comparativo com o mesmo período de 2018, o aumento foi de 45%. As variações positivas mostram que, de fato, a demanda segue bastante aquecida ao longo dos últimos meses. No mercado varejista, o abastecimento com etanol hidratado nos postos dos estados do Centro-sul seguiu vantajoso em julho. Segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), a paridade foi de 62,1% nos postos paulistas, com médias de R$ 4,111/litro para a gasolina C e de R$ 2,553/litro para o etanol. Nos estados de Mato Grosso (54,2%), Minas Gerais (62,1%), Goiás (62%) e Paraná (67,7%), as relações médias também foram inferiores a 70%, favoráveis ao etanol.

NORDESTE – Os produtores de etanol do Nordeste, acompanhados pelo Cepea, seguem se preparando para o início da nova safra sucroalcooleira 19/20. As chuvas nos estados nordestinos, em julho, foram constantes e intensas, gerando expectativa de boa temporada, segundo alguns colaboradores do Cepea. Algumas unidades já começaram a moagem da cana e produção de etanol na Paraíba, mas a grande maioria iniciará os trabalhos e comercialização dos produtos em agosto. Já em Alagoas e Pernambuco, a previsão de início de safra das usinas se concentra entre agosto e setembro. Na Paraíba, o Indicador CEPEA/ESALQ mensal do hidratado foi de R$ 1,9679/litro em julho, alta de 1,15% em relação a junho. Já para o anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ foi de R$ 2,1598/litro em julho, ligeira queda de 0,39% frente ao mês anterior. Para os estados de Alagoas e Pernambuco, não houve dados suficientes para a elaboração e divulgação dos Indicadores mensais CEPEA/ESALQ do hidratado e anidro.

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EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES – As exportações de etanol (anidro e hidratado) somaram 206,7 milhões de litros em julho, gerando receita de US$ 103,7 milhões (R$ 391,92 milhões), segundo dados da Secex. O volume foi 22% superior ao exportado em junho/19 e a receita, 19,5% maior no mesmo comparativo. No acumulado da safra 2019/20 (de abril/19 a julho/19), foram enviados ao exterior 545,8 milhões de litros, alta de 24,2% frente ao mesmo período da safra anterior (439,3 milhões de litros). Quanto às importações, de abril até julho, foram adquiridos 595,3 milhões de litros de etanol. Em julho, especificamente, foram importados pelo Brasil 96,08 milhões de litros, sendo 96% do volume destinado aos portos dos estados do Norte e Nordeste e somente 4% aos do Centro-Sul, de acordo com a Secex.