Etanol: Mês de Fevereiro Marcado Pela Menor Demanda por Parte dos Compradores

 | 16.03.2018 15:06

O mês de fevereiro foi marcado pela menor demanda por etanol por parte dos compradores que anteciparam seus negócios devido ao recesso de carnaval. A oferta restrita do produto por parte das usinas, por conta do período de entressafra, sustentou as cotações durante o mês, apesar da necessidade de alguns produtores de comercializar seus estoques para abrir espaço nos tanques, já que a nova produção se aproxima.

Neste cenário, a média dos preços das semanas cheias de fevereiro do etanol hidratado no estado de São Paulo foi de R$ 1,8586/litro, 1% maior que a de janeiro. No caso do anidro, o aumento foi de 0,52% na mesma comparação, a R$ 1,9546/litro em fevereiro – ambos no mercado spot.

Com estoques acima do volume necessário para atender à obrigatoriedade da resolução nº 67 da ANP para o etanol anidro, usinas têm convertido o produto em hidratado. De acordo com dados da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), na região Centro-Sul, foram reprocessados cerca de 87 milhões de litros de anidro até o mês de fevereiro.

Nas bombas do estado de São Paulo, o preço do etanol já não é mais competitivo em relação à gasolina C desde dez/17, com relação média de 72% em fev/18. A paridade segue favorável ao biocombustível apenas nos estados de Goiás e Mato Grosso, com relações médias de 67,2% e de 60,7% respectivamente, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Nos estados do Nordeste, os preços do etanol (anidro e hidratado) subiram em fevereiro, devido, principalmente, à menor oferta do produto nacional por conta da finalização da safra sucroalcoleira 2017/2018 na maioria das usinas de Pernambuco, Alagoas e Paraíba. Além disso, colaboradores do Cepea comentaram que houve entrada de etanol anidro estrangeiro nos portos brasileiros no último mês.

Neste cenário, a média do Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado no estado de Pernambuco apresentou forte alta de 7,91% frente a janeiro, fechando a R$ 1,8165/l (sem frete, sem ICMS e sem PIS/Cofins). No caso do etanol anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ fechou a R$ 2,0824 /l (sem frete e sem PIS/Cofins), elevação de 6,88% na mesma comparação.

Em Alagoas, a média do Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado fechou a R$ 1,8484/l (sem frete, sem ICMS e sem PIS/Cofins), alta de 6,87% frente a jan/18. Para o anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ fechou a R$ 2,0367/l (sem frete e sem PIS/Cofins), valorização de 3,65%.

Na Paraíba, o Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado fechou em R$ 1,7971/l (sem frete, sem ICMS e sem PIS/Cofins), alta de 6,58% frente a jan/18. O Indicador CEPEA/ESALQ do anidro subiu 5,01%, com média de R$ 2,0899/l (sem frete e sem PIS/Cofins).

Quanto às exportações, em fevereiro, o Brasil embarcou 61,3 milhões de litros de etanol, praticamente a metade do volume exportado em jan/18. A receita, por sua vez, somou US$ 44,5 milhões, 36,5% inferior na mesma comparação, segundo dados da Secex. No acumulado da safra 2017/18, foram exportados mais de 1,3 bilhão de litros de etanol anidro e hidratado, ultrapassando em apenas 0,29% o total embarcado em igual período da temporada anterior.