ETF de Renda Fixa: o Fato Mais Importante Confundindo Veteranos e Iniciantes

 | 06.07.2022 15:29

O conto infantil "A Roupa Nova do Imperador" é excelente, pois estimula, desde a infância, uma consciência crítica e independente. E, no mercado, como costumo salientar, a melhor análise para guiar seus investimentos será aquela feita por si mesmo. Portanto, não terceirize seu pensamento, fiando-se no discurso de outros. Bons argumentos podem nos convencer de coisas que fazem sentido, na teoria, mas não se verificam na prática. E a repetição frequente de uma narrativa enganada pode virar consenso. Mas quantidade não é qualidade.

Todos nós já fomos vítimas de algum estereótipo popular. Então pare, pesquise os números, e analise-os por conta própria. O eco das multidões não deve, jamais, substituir nossa própria observação judiciosa dos fatos. Resumindo, dê menos atenção ao que os outros falam e fique mais atento ao que realmente acontece.

Desde a falência do banco de investimentos Lehman Brothers, e a subsequente crise financeira global, em 2008, ouvimos que os estímulos (Quantitative Easing - QE) do banco central americano (Federal Reserve), ao comprar títulos da dívida pública americana (Treasuries), estariam inflacionando o valor destes títulos e baixando seus juros. Portanto, os QEs estariam inflando uma bolha no mercado de títulos do Tesouro americano.

Antes de prosseguirmos, é importantíssimo compreender que os juros se movem sempre em direção oposta aos preços dos títulos. Afinal, o juro é a diferença entre o custo do título, no momento da sua aquisição, e o valor pré-fixado deste, lá para o futuro, quando ele vencerá. O valor final de um título, no vencimento, já é estabelecido desde sua emissão. Mas seu preço inicial, no momento da negociação, é que pode variar muito, consoante a demanda e a oferta no mercado. Assim, juros serão a diferença entre estes dois valores, inicial e final, separados na linha do tempo.