Cesar Crivelli | 27.02.2023 16:20
O primeiro ETF (Exchange Traded Fund) da história do mercado financeiro foi negociado na bolsa de valores de Toronto, em março de 1990. A ideia era permitir que investidores tivessem acesso às 35 ações que compunham o índice da bolsa de Toronto de uma maneira prática, rápida e transparente.
Na década de 1990, o uso de computadores não era tão disseminado como hoje. A indústria de investimentos era rudimentar e a tecnologia não estava tão enraizada no mercado financeiro – operacionalmente, era muito difícil replicar qualquer índice.
Qualquer investidor em busca de diversificação teria um enorme trabalho para comprar todas as 35 ações do índice, respeitando a proporção de cada uma dentro do benchmark.
De lá para cá, a indústria de ETFs só cresceu – de forma exponencial, diga-se de passagem – e hoje são aproximadamente US$ 9,8 trilhões sob gestão desse tipo de instrumento, por meio de 9,578 tipos diferentes de ETFs, com grande concentração nos Estados Unidos, que representam mais de 70% do mercado.
Imagine os custos de corretagem envolvidos na compra e venda de dezenas de ações durante o ano no caso de pequenos investidores.
O investimento em ETFs reduz esse custo, pois ao invés de o pequeno investidor entrar no mercado várias vezes, comprando diversas ações, ele pode simplesmente adquirir um ETF pagando apenas uma taxa de corretagem.
O mesmo vale para o controle de ganhos de capital, apuração de impostos e declaração do IRPF, tudo fica mais simples – não há necessidade de administrar dezenas de operações e listar todas as ações quando da declaração de imposto de renda anual.
Além disso, o investidor pode comprar um ETF com pouco capital. No caso de investimentos no exterior, dado que o mercado nos Estados Unidos é microfracionado – permite que você compre uma pequena fração de um ativo –, os investidores podem investir US$ 1 (um Dólar) e assim se tornar sócios de dezenas, centenas ou até mesmo milhares de empresas ao mesmo tempo.
Como eu disse, hoje são 9,578 ETFs negociados no mundo todo – difícil dizer que não exista ao menos um que seja aderente ao perfil de investimento da maioria dos investidores.
Caso o investidor já esteja exposto ao mercado americano, mas queira diversificar um pouco mais sua carteira, uma opção seria comprar o Vanguard Total International Stock ETF (VXUS)).
Atualmente, com cerca de US$ 374 bilhões sob gestão, esse ETF segue o movimento de ações negociadas fora dos Estados Unidos, com grande exposição a mercados desenvolvidos e emergentes.
O ETF possui cerca de 7913 ações na sua carteira e, para oferecer isso ao pequeno investidor, a administradora do ETF cobra uma irrisória taxa de 0,07% ao ano.
Existem também opções de renda fixa para quem não quer se expor ao risco do mercado de ações. Um belo exemplo nesse segmento é o ETF BIL (SPDR® Bloomberg 1-3 Month T-Bill ETF). O intuito desse ETF é acessar o mercado de treasuries norte-americano, em títulos denominados em dólares, de curtíssimo prazo, com prazo entre 1 e 3 meses.
Hoje o ETF conta com ativos na carteira que ficam ao redor de US$ 25 bilhões e a sua taxa de administração é de 0,13% ao ano, o que o torna bastante competitivo.
Primeiro, gostaria de ressaltar que os ETFs comentados acima não são uma recomendação de investimento, mas sim exemplos de como, por meio de um instrumento simples, o pequeno investidor tem ao seu dispor, no mercado norte-americano, centenas ou milhares de opções para montar uma carteira balanceada de maneira prática e rápida.
Até a próxima semana!
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