Expectativa de corte da Selic conduziu os ativos em maio

 | 05.06.2023 11:32

As expectativas de que o início do corte da Selic, a taxa básica de juros dos Brasil, irá ocorrer em breve conduziram os ativos domésticos ao longo de maio. Dados mais fracos de inflação e a aprovação célere do projeto do novo marco fiscal na Câmara serviram de gatilho para os momentos de valorização de diferentes ativos. Mesmo com sinais de atividade mais aquecida no Brasil – forçando economistas até a dobrarem a projeção para o PIB de 2023, o mercado passou a prever a redução na Selic já em agosto.

À exceção do câmbio, o investidor local pôde escapar em parte dos sobressaltos externos, como o impasse sobre a elevação do teto da dívida dos Estados Unidos e a queda das commodities diante de sinais de enfraquecimento da economia da China.

No último dia do mês, dados considerados decepcionantes do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial chinês pressionaram ainda mais as matérias primas e fizeram o Ibovespa cair pela terceira sessão seguida.

No mês, porém, o Ibovespa acumulou ganho de 3,74%. Foi a maior alta mensal desde outubro. Foi também o segundo mês de retomada para a referência da B3 (BVMF:B3SA3), que havia subido 2,50% em abril, após perdas de 2,91% e 7,49%, respectivamente, em março e fevereiro.

No ano, o Ibovespa fecha o quinto mês de 2023 ainda no negativo, em retração de 1,28%.

Petrobras ON (BVMF:PETR3) e PN avançaram 9,52% e 10,21%, respectivamente, em maio. Vale (BVMF:VALE3), no entanto, cedeu 11,86% no mês.

Juros futuros

Nos juros futuros houve uma queda bastante pronunciada nos vencimentos de longo prazo, de quase 1 ponto porcentual. Maio começou com reuniões dos comitês de política monetária do Banco Central do Brasil, do Federal Reserve (Fed, o BC dos Estados Unidos) e do Banco Central Europeu (BCE).

A longo do mês, as expectativas sobre o futuro da política monetária no Brasil foram antecipadas. Nos EUA, a previsão é de manutenção dos juros em patamar alto por mais tempo. Na zona do euro, novos aumentos nas taxas são esperados.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 encerrou o mês em 13,22% e a do DI para janeiro de 2025 passou para 11,52%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 10,94% e o DI para janeiro de 2029, com taxa de 11,28%. No fim de abril, estavam, respectivamente, em 13,25%, 11,98%, 11,79% e 12,10%.

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Câmbio

No câmbio, o dólar à vista terminou o mês aos R$ 5,0730, valorização de 1,72% no acumulado de maio, após queda de 1,60% em abril. A pressão aumentou nos últimos dias, à medida que o cenário externo apresentava deterioração.

A chance de elevação de juros pelo Federal Reserve em junho chegou a ser predominante nos últimos dias, puxando para cima os juros dos Treasuries (títulos da dívida soberana americana), embora a aposta de estabilidade tenha voltado à mesa com força. No mês, a taxa da T-note de 2 anos subiu 38 pontos-base e a de 10 anos, 20 pontos.

Maio foi um mês de extremos para o comportamento da moeda americana no mercado local. Desde seu ponto mais baixo no dia 15, quando fechou a R$ 4,8882, até o encerramento do último pregão de maio, a divisa acumulou valorização de 3,78%. As perdas do dólar ante o real em 2023, que chegaram a superar 6%, agora são de 3,92%. A moeda brasileira apresenta desempenho inferior a seus pares, em especial os pesos colombiano e mexicano, tanto no mês quanto no ano.

No exterior

No Estados Unidos, o mês começou com receios de uma crise de bancos regionais e depois o impasse sobre a elevação do teto da dívida do país se impôs na agenda política e econômica. Governo e Câmara dos Representantes anunciaram um acordo no último final de semana, que pode ser votado ainda na noite desta quarta-feira.

As bolsas de Nova York operaram com grande volatilidade em maio. O grande destaque foi o setor de tecnologia, com a fabricante de chips Nvidia disparando na Nasdaq frente ao potencial do mercado para inteligência artificial. O dólar avançou perante outras divisas no mês. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou ganho mensal de 2,62%.

No fechamento do mês, o petróleo WTI para julho encerrou em baixa de 11,31%, em US$ 68,09 o barril. O Brent para agosto caiu 9,62%, a US$ 72,60 o barril. É uma amostra do desempenho fraco das commodities em maio.

h2 Comportamento dos Ativos/h2

 

A posição em Renda Fixa IPCA+ 2A teve um retorno aquém do CDI, por conta da queda nas expectativas de inflação (Implícita) mais curtas.

Os demais ativos de Renda Fixa tiveram rendimentos superiores ao CDI. Ativos de maior duration tiveram mais um mês de ótimos retornos refletido a queda na inclinação da Curva. Os ativos Prefixados (Curva Nominal) tiveram retornos superiores aos IPCA+ (Juros Reais), refletindo o fechamento das inflações implícitas.

Em maio o VNA IPCA acumulou 0,56%.

O IMA-S (carteira de Tesouros Selic) rendeu acima do CDI, refletindo a fechamento dos deságios. Abril esses ativos renderam menos que o CDI.

A carteira de Privados IDA-DI superaram o CDI em maio. Privados atrelados ao CDI tiveram fechamento nos spreads, devolvendo parte da abertura desse ano.

Bolsa teve um resultado positivo no mês de Maio 3,74% e no ano acumula perdas de -1,28% (CDI → 5,37%)

dólar à vista terminou o mês aos R$ 5,09, valorização de +1,90% no acumulado de maio, após queda de -1,60% em abril. No ano o dólar esta perdendo -2,33% em relação ao Real.

h2 Histórico de Taxas de Juros Prefixadas e IPCA+/h2