Faltando 2 Dias para a Reunião da Opep, Qual é a Perspectiva para o Petróleo?

 | 30.11.2021 10:32

É a resposta que qualquer investidor do petróleo está buscando, ainda que com pouco grau de precisão.

Faltando apenas dois dias para a importantíssima reunião ministerial da Opep+, poucas coisas são mais cruciais do que descobrir em que patamar o petróleo será negociado, antes que a aliança global de produtores tome sua decisão de política para o mês de dezembro.

O que não faltam são ideias e teorias sobre como se comportarão os preços do petróleo nas próximas 48 horas.

h2 O que mostram os fundamentos?/h2

Há apenas um mês, eram poucas as divergências quanto à trajetória do barril de petróleo americano West Texas Intermediate e do britânico Brent. Diante do controle praticamente incontestável da Opep sobre a narrativa da oferta, os preços só apontavam numa direção: para cima.

Foi então que saíram notícias inéditas sobre a liberação coordenada de reservas petrolíferas por parte dos Estados Unidos e outros grandes países consumidores do produto, na tentativa de conter seus preços, que estavam perto das máximas de sete anos. A isso se seguiu um alerta da Agência Internacional de Energia de que o petróleo poderia ter excesso de oferta no primeiro trimestre de 2022.

As vendas de petróleo da semana passada, provocadas pelo pânico com os potenciais perigos da variante ômicron da Covid-19, criaram a tempestade perfeita para quem estava comprado no mercado.

Embora os preços do petróleo tenham inicialmente subido 5% na segunda-feira, só conseguiram recuperar, ao final do pregão, 3% do colapso de 12% registrado pelo mercado, no que foi o pior declínio para o WTI desde abril de 2020.

No momento em que escrevo este artigo, cerca de meia-noite em Nova York e horário de almoço nos mercados asiáticos, o WTI subia mais 1%, cotado a US$70,63 por barril. Mas, ainda assim, estava quase US$15, ou 18%, abaixo das máximas de sete anos de mais de US$85 por barril, tocadas em meados de outubro. (Nota do editor: no momento da publicação, o petróleo já havia revertido para baixo, perdendo novamente o patamar de US$70 por barril).

Muitos apostam que a Opep+ irá aprumar o barco novamente, quando se reunir na quinta-feira, primeiro suspendendo o aumento de 400.000 barris por dia prometido nos últimos meses.

“Acreditamos que o grupo tende a interromper as elevações de oferta, em vista da variante ômicron e da liberação dos estoques petrolíferos por grandes países consumidores”, disse em nota o analista de commodities do Commonwealth Bank, Vivek Dhar.

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O ministro de energia da Arábia Saudita, Abdulaziz bin Salman, e da Rússia, Alexander Novak, afirmaram que não estavam indevidamente preocupados com o impacto da ômicron no petróleo, apesar de terem postergado uma reunião técnica da aliança para saber um pouco mais sobre essa cepa.

Alguns chegaram a dizer que Abdulaziz, em seu usual estilo combativo, poderia até mesmo ameaçar restringir o mercado para fazê-lo voltar a US$80 por barril.

“Após as liberações de reservas estratégias mundiais e o anúncio de dezenas de países restringindo viagens com origem ou destino na África do Sul e países vizinhos, a Opep e seus aliados podem facilmente justificar uma suspensão da produção ou inclusive um leve corte na produção”, disse em nota o analista da OANDA, Edward Moya.

Outros acreditam que a liquidação do petróleo ainda possa piorar antes de começar a melhorar.

“Mais duas semanas de volatilidade pela frente”, ressaltou Samir Madani, do portal tankertrackers.com, em um tuíte.

h2 O que dizem os aspectos técnicos?/h2

Slobodan Drvenica, da Windsor Brokers, disse que a queda do WTI até a mínima de US$67,38 na sexta-feira causou um recuo para a retração de 76,4% da pernada de alta de 61,81/85,39, gerando um sinal de baixa no fechamento semanal abaixo de 70 na média móvel de 200 dias.

“A recuperação ainda estava abaixo da base diária de 73,59, o que mantém o viés baixista e o risco de testes abaixo de US$70”, escreveu Drvenica em uma postagem na terça-feira no portal fxstreet.com.

Somente um repique para a zona de 74,00/75,00, rompendo a média móvel de 100 dias e a mínima prévia de 22 de novembro, diminuiria a atual pressão baixista e permitiria uma forte correção para cima, complementou Drvenica.