Fed e Copom: Decifra-me ou devoro-te

 | 22.05.2024 08:59

A ata da reunião deste mês do Federal Reserve (15h) concentra a atenção dos investidores nesta quarta-feira (22). Mas é difícil imaginar que o documento irá se comprometer com um corte na taxa de juros dos Estados Unidos em setembro, como espera o mercado financeiro.

Talvez nem a Inteligência Artificial (IA) ajude neste caso, como fez com a ata do Copom. Fato é que não era necessário o uso das máquinas para o cérebro humano captar uma mensagem mais dura (“hawkish”) na comunicação do BC brasileiro. Da mesma forma, tampouco será preciso a ajuda da tecnologia para decifrar os próximos passos do Fed.

Melhor deixar a IA para quem entende do assunto. No fim do dia, a NVIDIA (NASDAQ:NVDA) divulga seu balanço, que pode mostrar uma receita total perto de US$ 25 bilhões no trimestre fiscal encerrado em abril. Ontem, as ações de uma das Sete Magníficas fecharam em novo recorde, a US$ 953,86.

Foi a primeira máxima histórica do papel desde 25 de março, quando superou a marca de US$ 950. Como disse o diretor-fundador do Instituto MacroPolo, Damien Ma: “Quem diria que o chip gráfico que eu precisava para jogar Myst e Doom impecavelmente no meu Pentium III nos anos 90 acabaria alimentando a próxima fase do boom tecnológico”.

O entusiasmo com a Inteligência Artificial tem se espalhado pelo mercado, deixando o Ibovespa carente, já que a bolsa brasileira ainda é refém da velha economia. Mas o salto do minério de ferro hoje em Dalian, em meio à decisão do governo chinês de estatizar o setor imobiliário, pode animar as ações da Vale (BVMF:VALE3).

US$ 138 bilhões. É essa a quantia que o BC chinês (PBoC) irá disponibilizar aos governos locais através de bônus soberanos de ultra-longo prazo para comprar imóveis inacabados. O que acontece com as moradias vazias compradas? “Viram habitação de interesse social”, explica o estrategista global do Rabobank, Michael Every.

Há tempos ele dizia que a nacionalização do que foi a indústria privada de incorporadoras endividadas era inevitável. Ou seja, o dinheiro vem dos bancos estatais chineses e quem salva as construtoras é o Estado. E, assim, a China consegue imóveis baratos e pode se concentrar na produção física. “Querendo ou não, é um plano”, conclui.

Nesse embate entre a “produção de coisas” e a “especulação de coisas” através da IA, os investidores não escondem a preferência pela liquidez, com os bancos centrais oferecendo a injeção de recursos necessária para o dinheiro escoar como água - desde que não seja fria, pois os mercados preferem ser um gato escaldado a enfrentar o enigma da esfinge.

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Olivia Bulla

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