Fed e Copom Mudam a Postura

 | 17.06.2021 13:00

Ontem (16), tivemos mais uma “superquarta”, em que os Bancos Centrais dos EUA e do Brasil decidiram o rumo dos juros de suas economias para os próximos meses.

As decisões de política monetária costumam ser aguardadas com muita cautela e expectativa pelos investidores, por serem capazes de ditar o rumo dos mercados. Desta vez, tivemos algumas surpresas importantes!

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Nos EUA, o Fed manteve os juros no intervalo entre zero e 0,25 por cento, como amplamente esperado. As surpresas, porém, ficaram por conta das mensagens divulgadas logo após a reunião.

Para começar, o comitê elevou as projeções de inflação tanto deste ano quanto do próximo, na esteira da rápida recuperação econômica do país em meio à reabertura da economia e aos elevados estímulos monetários e fiscais.

Já o presidente do Fed, Jerome Powell, reconheceu que a inflação pode ser mais persistente do que o esperado.

Em meio a essa possível mudança de cenário, as estimativas do comitê para a elevação dos Fed funds passaram a ser de duas altas de juros já em 2023 – mais cedo do que o projetado anteriormente. Além disso, os integrantes do comitê começaram a discutir a possibilidade de redução das compras de ativos feita pela instituição.

Enfim, a mudança de tom da autoridade monetária americana reforça as crescentes preocupações do mercado com a inflação no país, que tem surpreendido a cada mês que passa.

A inflação ao consumidor do departamento de trabalho, por exemplo, subiu 5 por cento em maio frente ao ano anterior. Mesmo quando analisamos o seu núcleo, que exclui alguns itens mais voláteis como alimentos e energia, o número também veio bem alto, em 3,8 por cento – maior leitura desde 1992!