Fed Realiza Corte de Juros Esperado e Vincula Política Monetária à Inflação

 | 31.10.2019 03:46

Os observadores do Federal Reserve (Fed) fazem um pente-fino de cada declaração do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) para descobrir até as mais diminutas mudanças. Desta vez as flutuações na política monetária estavam fáceis de encontrar, já que a maior alteração saltava aos olhos.

Como sempre, o FOMC continuará monitorando os dados sobre a perspectiva econômica. Mas na declaração desta quarta-feira, o Fed cortou a frase "e atuará conforme necessário para sustentar a expansão".

Nada mais. O comitê já fez o que tinha que fazer. Agora utilizará todos aqueles dados econômicos para “avaliar a trajetória da faixa-alvo de juros dos fundos federais". No que depender do Fed, a atual política monetária está “apropriada”.

Durante a coletiva de imprensa de ontem, após a decisão, o presidente da instituição, Jerome Powell, deixou claro que o banco central norte-americano voltará a adotar a mesma postura paciente do início do ano, quando ainda não havia realizado os três cortes consecutivos de 25 pontos-base na taxa referencial de juros, incluindo o desta quarta-feira.

Nem a insistência um tanto desesperada dos jornalistas em saber do presidente o que viria no futuro conseguiu demovê-lo da posição de que o melhor a fazer neste momento é não fazer nada. Powell observou que alguns dos riscos à economia global haviam arrefecido.

A expectativa agora é que a China e os EUA fechem algum tipo de acordo para aliviar as tensões comerciais. Além disso, o risco de um Brexit sem acordo parece ter sido eliminado. “Ainda resta um risco grande”, reconheceu Powell, mas a economia está mostrando resiliência.

Então, que tipo de risco faria o Fed reduzir ainda mais os juros? Ou será que o crescimento contínuo inspiraria o Fed a reverter os cortes de juros, elevando-os novamente?