Fluxo, um Fator Importante ao Investir

 | 16.06.2020 08:57

Nos últimos dois a três meses, após o Banco Central Americano anunciar um “Quantitative Easing para sempre”, QE4EVER, o quarto Programa de Estímulos para a economia, acompanhado por outros bancos centrais mundiais, começaram a “pipocar” gurus e investidores pessoa física mostrando seus retornos, alguns melhores que muitos gestores, combinados com uma confiança muito acima da média para quem está começando em investimentos em renda variável.

Nos Estados Unidos, um desses investidores que ganhou bastante projeção foi David Portnoy, um americano que vive atualmente na Flórida e que vem mostrando seus trades semanalmente, dizendo que tem dinheiro infinito e que é melhor que o lendário investidor Warren Buffett. Esse efeito vem sendo chamado de Portnoy Effect, em que investidores que estão começando no mercado possuem ganhos altos de curto prazo e têm uma confiança histórica acima da média.

Somam-se a esses retornos a forte recuperação de curto prazo, assim como o equívoco aparente de curto prazo de alguns gestores e investidores como Warren Buffett, que vendeu companhias aéreas e, cerca de duas semanas depois, as ações do setor subiram 65%, assim como a venda das ações da locadora de veículos Hertz por Carl Icahn, outro ícone dos investimentos e que “perdeu” na recuperação dessas ações cerca de US$ 1,6 bilhões, e temos o cenário perfeito para o favorecimento de investidores pessoa física como o David Portnoy.

 

Por que esse movimento vem acontecendo e por que temos que manter os olhos abertos

Se pegarmos até 5 de junho, o S&P 500 subiu 42,8% em relação à queda de 23 de março. Foi o período de 50 dias em que tivemos a maior alta-recuperação desde agosto/setembro de 1932 (de 109,2%) e maio/junho (73,2%)! Uso dados da bolsa americana, pois nosso Ibovespa começou a contar em 1967, pouco tempo para termos mais dados. Da mínima, o Ibovespa subiu também impressionantes 52%!

 

MAMU (Mother of All Meltups, ou Mãe de Todas as Disparadas)

Parte desse movimento começou no dia 23 de março, quando o Banco Central Americano, o Fed, anunciou incentivos monetários para a estabilização da economia, cujo balanço saiu de US$ 2,5 trilhões para um recorde de US$ 7,1 trilhões até 3 de junho. Tudo começou em 15 de março com a compra de treasuries e mortgage-backed securities na ordem de US$ 700 bilhões, além da queda nos juros em 1%, levando-o para 0%. O Banco Central Europeu, o Banco Central Japonês e o Fed colocaram, juntos, quase US$ 17 trilhões em incentivos, quantia similar à que tivemos de valorização nas bolsas mundiais em termos de valor de mercado, das mínimas até o movimento recente no início de junho de 2020, como podemos ver abaixo:

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