Ata do Fomc Rejeita Controle da Curva de Juros e Prevê uma Economia Mais Fraca

 | 20.08.2020 09:21

O Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) não implementará um controle da curva de juros no futuro próximo, se tomarmos como base o que diz a ata da sua reunião de julho, divulgada na última quarta-feira.

A “maioria” dos participantes iniciou essa discussão em julho, depois que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) levantou essa possibilidade em junho e pediu à sua equipe que fizesse mais pesquisas a respeito. Na reunião de julho, entretanto, o que era uma boa recepção da ideia acabou se tornando uma rejeição categórica.

“Muitos participantes julgaram que as metas e tetos de juros não eram justificados no atual ambiente”, concluiu a ata. Os formuladores da política monetária julgaram que as projeções do Fed sobre os juros – que ficarão perto de zero por um longo período – convenceram os mercados e estão mantendo as taxas de longo prazo em patamares reduzidos.

Além disso, existem custos e riscos associados ao controle da curva a termo, que requer a compra de títulos para limitar ou direcionar os rendimentos conforme necessário. Essa política poderia levar a uma expansão muito rápida do balanço do banco central. Da mesma forma, seria difícil saber como comunicar tal mudança na política monetária, gerando confusão quanto à mensagem transmitida sobre as taxas de curto prazo.

Os economistas do Fed ficaram mais pessimistas com a economia entre as reuniões do início de junho e final de julho. A previsão para o crescimento do PIB e queda do desemprego no segundo semestre ficou "menos robusta" do que na projeção anterior, de acordo com a ata.

A equipe econômica disse ainda que, em vista das incertezas da pandemia, "uma projeção mais pessimista não era menos plausível do que o cenário-base”. Esse cenário alternativo considera uma aceleração na disseminação do coronavírus e outro confinamento no fim deste ano, o que geraria uma retração no PIB real, um salto no desemprego e uma renovação da pressão de queda na inflação no próximo ano. Tudo isso pode prejudicar o desempenho econômico no médio prazo.