Fundos: Chicago Bulls Versus Flamengo

 | 18.06.2021 15:55

Dennis Rodman é o jogador de basquete com a menor pontuação da história a ser indicado ao Hall da Fama do esporte.

Em 1995, mesmo quando já havia conquistado a NBA duas vezes com o Detroit Pistons, sua contratação pelo Chicago Bulls – equipe pela qual levaria as próximas três temporadas – foi considerada uma aposta ousada do time dos astros Michael Jordan e Scottie Pippen.

Ninguém conseguia justificar a contribuição que traria um jogador envolvido em brigas e polêmicas dentro e fora das quadras e relativamente baixo para um ala-pivô (2,01 metros, quase 10 centímetros a menos do que os melhores da posição) nos seus 34 anos de idade.

Os agentes esportivos e apostadores da época subestimavam Rodman. Pelas lentes das métricas tradicionais, que priorizavam estatísticas de ataque, encontrava-se ali um jogador medíocre, com alto índice de erros em arremessos livres.

Em 1997, um rival do Dallas Mavericks fez seis faltas intencionais contra ele em apenas três minutos para forçá-lo ao arremesso livre, apostando que o jogador do Bulls erraria – como acontecia com frequência – e a bola sobraria para seu time.

Porém, ali estava um dos maiores reboteiros de todos os tempos. Na defesa ou no ataque, uma cesta que não entrava sempre sobrava nas mãos de Dennis Rodman, e depois de Scottie Pippen, de Michael Jordan... e mais dois pontos para o Chicago Bulls!

Detentor do maior número de rebotes por jogo da NBA por sete anos seguidos, Rodman simplesmente não precisava marcar muitos pontos para estar entre os melhores.

Em carta de 2016 a investidores, o gestor de hedge fund Chris Cole, da Artemis Capital, argumentava que Dennis Rodman era relativamente melhor em rebotes do que outros jogadores eram melhores em pontos ou em assistências. Nenhum outro jogador da história jamais teria atingido esse nível de vantagem comparativa versus seus pares, nem mesmo Michael Jordan e sua média de 30 pontos por jogo.

Sua habilidade defensiva negligenciada à época criava inúmeras segundas chances para os jogadores de ataque marcarem mais pontos e de maneira mais rápida. Então, fugindo do senso comum, ter um pontuador mediano como Rodman na equipe aumentava a eficiência de arremessos do time como um todo.

Cole percebeu que o diferencial de resultado nos jogos em que Dennis Rodman esteve em quadra contra os que ele não esteve (chamado de “margem de vitória diferencial”) também seria o maior de todos os tempos, sendo provavelmente a melhor aquisição que um time de estrelas dos anos 1990 poderia ter feito.