Fundos Imobiliários: Uma introdução necessária

 | 18.07.2023 09:05

Apesar de os fundos imobiliários terem surgido em 1993, foi apenas com a queda substancial da nossa taxa básica de juros, a Selic, que eles ganharam popularidade. Com a rápida diminuição dos juros, os investimentos de renda fixa deixaram de ser tão atraentes, pois já não remuneravam os investidores de forma satisfatória. Para se ter uma ideia, um investimento de 100% do CDI resultava em uma rentabilidade de 6% ao ano.

Com isso, as pessoas começaram a buscar outros tipos de investimentos que pudessem oferecer uma melhor remuneração ao seu capital. Foi nesse contexto que os fundos imobiliários foram redescobertos. Em 2020, ano em que a taxa básica de juros atingiu a mínima histórica de 2% ao ano, houve uma profunda mudança na maneira como os investidores brasileiros aplicavam seu dinheiro. Três gráficos podem ilustrar bem essa história.

O primeiro é para mostrar a rápida queda da taxa Selic, a taxa básica de juros da nossa economia, que funciona como um indicador do custo mínimo do dinheiro. Ao olhar para o gráfico, você perceberá um movimento intenso de queda, ocorrido no contexto de importantes reformas, como a fiscal ("teto de gastos") e a previdenciária. A nossa taxa básica de juros caiu de 14,25% ao ano, em 2016, para 2% ao ano, em 2020.

Os outros dois gráficos nos ajudarão a compreender melhor a dimensão da mudança que ocorreu no mercado. Eles mostram o salto repentino no número de investidores em fundos imobiliários ao longo do tempo e o crescimento do patrimônio líquido desses fundos. Diante desses dados, é fácil concluir que ocorreu uma abrangente e importante transformação no mercado financeiro brasileiro.

Primeiro Gráfico: Ilustra o movimento de queda da taxa Selic de 2016 a 2020. Observe uma linha descendente contínua, que começa em 14,25% ao ano, em 2016, e termina em 2% ao ano, em 2020, refletindo a diminuição significativa da taxa durante esse período.