Game Stop e a Revolta dos Sardinhas

 | 01.02.2021 12:40

O mercado financeiro tem como característica raramente possuir um dia igual ao outro. O mês de janeiro corroborou com isso, com um movimento teoricamente organizado por pessoas física, oriundas de uma das corretoras mais populares dos últimos tempos, a Robinhood, em um fórum de investidores Reddit e cuja atenção foi para ações de uma empresa em dificuldades que devido ao Covid vinha com seus lucros caindo.

As ações da empresa de games saltaram de US$ 17 no início de janeiro para U$ 325,00 no final de janeiro, uma alta de 1811% aproximadamente. Inclusive uma das maiores gestoras dos Estados Unidos, a Melvin, que possuía US$ 12,5 bilhões de AuM (ativos sob gestão), teve perdas da ordem de US$ 3,5 bilhões no mês apenas na posição vendida em Game Stop (NYSE:GME), e o patrimônio líquido encurtou para US$ 8,5 bilhões (com a perda em outras posições, por exemplo Ali Baba (HK:9988) (SA:BABA34), que tiveram que vender para dar como garantia pelas vendas em Game Stop).

Toda essa perda em Game Stop foi iniciada como uma ideia de que a empresa não iria andar bem e, assim, a Melvin acabou vendendo as ações da varejista de games. Esse percentual de vendas chegou a 150% da posição de mercado de Game Stop, facilitando o chamado Short Squeeze (movimento de mercado em que investidores vendidos em uma ação sofrem um revés e o movimento que era esperado de uma queda nas ações acaba não ocorrendo. Dada a alta não esperada pelo vendedor das ações, o mesmo tem que ir a mercado comprar as ações que vendeu, aumentando o volume negociado, trazendo uma alta mais forte ainda para as cotações dessas ações). Sendo assim, a Gestora Melvin acabou pega no “contra pé” e aí teve que ir a mercado, comprar as ações da Game Stop para fechar suas posições e assim tentar estancar as suas perdas.

Abaixo segue a cotação dos últimos 6 meses da Game Stop: