Investing.com | 11.06.2018 11:07
A General Electric (NYSE:GE) e International Business Machines (NYSE:IBM), duas gigantes centenárias dos Estados Unidos, fundadas em 1892 e 1911, respectivamente, estão em processo de longa e dolorosa recuperação.
Os desafios que ambas enfrentam, embora diferentes em cada caso, são complexos, e nenhuma reversão é prevista em breve. Para investidores que gostam de investir contra a tendência do mercado, a compra de ações dessas duas empresas agora pode ser uma aposta inteligente e lucrativa se qualquer uma dessas multinacionais monstruosas conseguir reestruturar seus negócios com sucesso e obter lucratividade sustentável.
Ambas as empresas têm um longo caminho a percorrer e nenhuma garantia de que finalmente conseguirão. Vale a pena adicionar alguma dessas ações ao seu portfólio? Mais do que a outra?
A GE, um conglomerado industrial de 125 anos com sede em Boston, fabricante de lâmpadas, motores a jato e turbinas de gás, entre outras coisas, está lutando em muitas frentes para restaurar seu crescimento e preservar o caixa após a demanda por seus principais produtos, como como usinas e locomotivas, enfraquecer .
De fato, a atual crise de capital da GE é tão séria que a administração foi forçada a reduzir pela metade o dividendo da empresa em novembro passado, a segunda vez que isso aconteceu desde a Grande Depressão. Enquanto a administração trabalha em seu plano de resposta com o objetivo de reduzir seu império industrial e fortalecer o balanço patrimonial da GE, a comunidade de investidores permanece cética.
Stephen Tusa, analista do JPMorgan Chase, um dos mais críticos da GE, acredita que a empresa passará por mais sofrimento e que há uma grande possibilidade de outro corte de dividendos. Em um de seus últimos relatórios, ele indicou que a General Electric precisará de um mínimo de US$ 30 bilhões para melhorar seu perfil de crédito. Ele argumenta que a GE deveria vender sua participação de 63% na Baker Hughes (NYSE:BHGE) e cortar seus dividendos para conseguir uma redução significativa em sua dívida.
De acordo com a analista da RBC Capital Markets, Deane Dray, a situação do caixa da GE piorou este ano devido à queda do mercado de seus equipamentos elétricos e fundos de reserva para sua problemática carteira de seguros.
Essa falta de confiança prejudicou as ações da GE, levando-as ao colapso. Elas perderam metade de seu valor no ano passado, com uma redução de cerca de US$ 120 bilhões da capitalização de mercado da empresa.
O maior desafio para quem considera o investimento futuro na GE é descobrir se esse gigante já passou pelo pior e se é o momento certo para uma posição contrária. Como disse Warren Buffett, o melhor momento para ser ganancioso é quando os outros têm medo.
Esse gigante da tecnologia ficou preso na lama nos últimos cinco anos, enquanto lutava para romper com seu passado, em um momento em que o cenário tecnológico em rápida transformação e as mudanças nas preferências dos consumidores fizeram com que os produtos tradicionais de hardware e software da IBM se tornassem obsoletos.
O fracasso da empresa em correr atrás das novas tecnologias foi caro aos investidores mais fiéis. Em um momento em que empresas mais eficientes, ágeis e cada vez mais inovadoras do Vale do Silício estão obtendo lucros de três dígitos, o crescimento da receita da IBM estagnou.
As ações da IBM caíram 30% de seu valor nos últimos cinco anos, levando o maior investidor em ações do mundo, Warren Buffett, a renunciar a quase toda a sua participação no quarto trimestre de 2017. Sua empresa A Berkshire Hathaway (NYSE:BRKa), investiu mais de US$ 10 bilhões na empresa em 2011, apostando em sua recuperação. Em maio deste ano, Buffett revelou que havia vendido sua participação remanescente na IBM e que já não detinha mais ações da empresa.
Para reverter o declínio nas vendas da IBM, a diretora-presidente Ginni Rometty está se concentrando nas tecnologias mais recentes — como computação nas nuvens e inteligência artificial — para impulsionar o crescimento. Durante essa transformação, a IBM deixou alguns mercados, investiu em centro de dados na nuvem e comprou uma série de empresas para aumentar as vendas, fortalecer a oferta de tecnologia e adicionar banco de dados para ajudar a treinar algoritmos de inteligência artificial (AI). No entanto, esses investimentos ainda não proporcionaram benefícios.
No primeiro trimestre, após o ajuste às flutuações cambiais, as receitas permaneceram estáveis, enquanto as margens diminuíram 0,6 pontos percentuais, até 43,2%. Este ano, o diretor-financeiro, James Kavanaugh, disse que as margens se estabilizariam "imediatamente" no primeiro trimestre. O crescimento do negócio nas nuvens foi de 14% no primeiro trimestre, abaixo da média de 2017 de 24%, gerando dúvidas sobre a estratégia de nuvem híbrida da IBM.
Para os investidores contra a tendência, a GE e a IBM oferecem uma proposta interessante, embora com uma relação risco-benefício diferente.
A maior ameaça para as ações da GE é a possibilidade de uma maior redução do dividendo, algo que a administração ainda não descarta. Se isso acontecer, é uma estratégia muito melhor ficar à margem e deixar as coisas seguirem o seu curso.
Se durante o resto do ano, a empresa consegue gerar dinheiro suficiente através da venda de ativos e reestruturação será um sinal muito positivo, indicando que as ações tocaram o fundo e que é provável que vão subir.
A IBM, por outro lado, já tem tudo o que precisa para mudar as coisas e suportar a volatilidade dos mercados. Embora não tenha o mesmo desempenho dos anos 80 e início dos anos 90, segue o caminho certo. E o que é ainda mais encorajador, sua diretoria já descobriu o caminho certo a seguir.
Estou muito otimista com a transição da IBM para negócios nas nuvens e inteligência artificial. Essas mudanças poderiam impulsionar as ações no futuro.
Com um múltiplo Preço/Lucro de 23,82, a IBM é consideravelmente mais barata do que alguns dos seus concorrentes em computação nas nuvens (Amazon (NASDAQ:AMZN) e Google (NASDAQ:GOOGL), por exemplo), tornando-se uma das melhores apostas do espaço de tecnologia.
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