Ouro Divide Brevemente sua Condição de Ativo de Proteção com o Dólar

 | 16.10.2020 08:56

Publicado originalmente em inglês em 16/10/2020

Não disparou nem derreteu.

O índice de força relativa do ouro nas últimas 24 horas – mesmo com a alta do dólar – ilustrou o que o metal deve ser:

Uma proteção capaz de se firmar por conta própria, inclusive quando a expectativa é que ele se mova na direção oposta dos seus rivais.

Tanto o mercado à vista quanto o futuro do ouro fecharam na zona verde pelo segundo dia seguido na quinta-feira, à medida que a aversão ao risco dominava os mercados após os casos de coronavírus dispararem na Alemanha e na Itália, além dos atrasos nas terapias contra a covid-19 e as medidas de restrição na França e no Reino Unido, que ainda vive o drama do Brexit.

Se não fosse o bastante, ainda pairam dúvidas sobre o que a Casa Branca deseja em relação ao novo alívio contra a covid-19.

O Secretário do Tesouro, Steve Mnuchin, sugeriu um pacote mais modesto e “direcionado” à presidente da Câmara, Nancy Pelosi, no sentido de destinar cerca de US$ 300 bilhões de recursos já alocados para americanos necessitados. O presidente Donald Trump, que concorrerá à reeleição em menos de três semanas, novamente aventou a possibilidade de um pacto de US$ 1,8 trilhão, dando indicações de que poderia até mesmo avançar para os US$ 2,2 trilhões propostos por Pelosi. O senador líder da maioria, Mitch McConnell, enquanto isso, afirmou que só conseguiria votos para um acordo de US$ 500 bilhões.

A miríade de incertezas foi a receita perfeita para um rali no ouro.

Mas o ouro com entrega em dezembro fechou em alta de US$ 1,60, ou 0.1%, a US$ 1.908,90 por onça na COMEX de Nova York. Na quarta-feira, o ouro para dezembro subiu 0,7%, recuperando parte do terreno perdido após afundar 1,8% no dia anterior.