Gráfico do Dia: Ações da AMD Ainda Podem Cair Mais com Mudança Total de Paradigma

 | 20.04.2022 12:33

Desde o início da pandemia de Covid, a trajetória da fabricante de chips Advanced Micro Devices (NASDAQ:AMD) (SA:A1MD34) tem sido sinuosa, assim como a do setor mais amplo de semicondutores.

A crise sanitária mundial manteve as pessoas em casa, aumentando a demanda por eletrônicos e serviços fornecidos pela empresa. Isso elevou a procura por chips necessários para operar tais aparelhos. Além disso, no início de fevereiro de 2021, o recém-empossado governo Biden começou a aplicar restrições específicas a exportações de tecnologias consideradas sensíveis para a China, o que, por sua vez, fez com que o país asiático estocasse sua produção de semicondutores, aumentando ainda mais os gargalos na cadeia de fornecimento.

A situação criou um grave desequilíbrio no paradigma de oferta e demanda, fazendo que as ações da AMD subissem quase 350% entre o fundo de março de 2020 e o pico recorde de dezembro de 2021. Esse desempenho foi mais do que o dobro do avanço de 145% registrado pelo Nasdaq 100 durante o mesmo período. E estamos falando do índice que superou a performance de todos os outros índices de referência nos EUA no mesmo espaço de tempo.

De fato, o S&P 500 saltou “apenas" 114% no mesmo período, ou seja, a valorização das ações da Advanced Micro Devices foi três vezes maior do que a do índice mais amplo. No entanto, esse cenário bucólico está mudando rapidamente para a AMD.

No acumulado do ano, os papéis da companhia já se desvalorizaram 35%, mesmo diante das expectativas de aumento de 20% no LPA. É um recuo muito maior do que o deslize concomitante de 21,25% do Nasdaq 100 e cerca de três vezes as perdas registradas pelo S&P 500.

O catalisador negativo que está pesando sobre a AMD e outras ações de crescimento é o rápido aumento dos rendimentos das treasuries, os quais apontam para juros maiores à frente, impactando duramente as ações de crescimento com múltiplos elevados. Negociada a 38 vezes seus lucros, a AMD certamente está nessa categoria.

Em vista do seu momento negativo, até mesmo seu próximo balanço do 1º tri de 2022, previsto para o dia 3 de maio após o fechamento, não deve reverter o curso da ação, ainda que a AMD venha a superar as estimativas de LPA, que são de 0,9144 sobre uma receita de US$4,99 bilhões, bem acima do LPA de US$0,52 sobre uma receita de US$3,48 bilhões no mesmo trimestre do ano passado.

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Até mesmo a atual equação de oferta e demanda não está ajudando a ação.