Gráfico do Dia: Fraqueza do S&P 500 Sugere Possível Topo

 | 06.09.2017 13:07

por Pinchas Cohen

Ontem, em nosso artigo de abertura do mercado, discutimos a confusão entre os investidores a respeito de risco. Enquanto bolsas na Ásia caíam devido a novas tensões entre EUA e Coreia do Norte, bolsas europeias avançavam e títulos europeus caíam, mesmo embora o mercado futuro dos EUA estava caindo e títulos do Tesouro norte-americano estava subindo, tudo ao mesmo tempo. Mais tarde, após a abertura do mercado norte-americano, as bolsas norte-americanas retomaram a queda iniciada com o mercado futuro — o Dow caiu 234 pontos e o S&P 500 teve a maior queda desde 17 de agosto, finalizando um rali de seis dias, e títulos do Tesouro ampliaram suas quedas prévias.

Resumindo, aqueles que abrem e fecham os mercados globais (Ásia e EUA, respectivamente) tinham negociações avessas ao risco, ao passo que o mercado do meio (Europa) estava propenso ao risco.

h3 Por que essa divergência no mercado global?/h3

Há quatro explicações possíveis:

  1. A Europa apresentou a clássica Síndrome do Filho do Meio e contrariou a tendência.
  2. Enquanto os ânimos avessos ao risco na Ásia e nos EUA foram influenciados por tensões com a Coreia do Norte (devido à proximidade no caso da Ásia e por ser o inimigo da Coreia do Norte no caso dos EUA), a Europa pode ter se sentido como uma zona neutra.
  3. Investidores globais começaram o dia de ontem com o recente agravamento fresco em suas mentes e negociaram de forma avessa ao risco, mas no momento em que o pregão europeu abriu, os temores dos investidores ficaram de lado. Quando os mercados norte-americanos abriram, investidores receberam notícias sobre o furacão Irma acompanhando o Harvey e retornaram a ficar avessos ao risco.
  4. Investidores globais não conseguiam decidir — eles começaram o dia avessos ao risco, refugiando-se em portos seguros, depois mudaram para a propensão ao risco e deixaram os refúgios, apenas para se apavorarem e voltarem a ficar avessos ao risco e se refugiarem em portos seguros novamente.

Logo, qual é o motivo para a mudança na percepção do mercado? Embora ninguém possa saber ao certo, nós podemos deduzir.

Embora o ponto número 1 tenha sido escrito com algum humor, ele levanta uma teoria interessante: um estudo compreensivo sobre negociação nos horários d Europa em comparação às sessões na Ásia e nos EUA pode revelar algo sobre a Síndrome do Filho do Meio.

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O segundo motivo, ou seja, a exposição à ameaça da Coreia do Norte, é plausível, mas não deveria ser questionável em um mercado global? Se bolsas da Ásia e dos EUA caíam, inevitavelmente levariam as bolsas europeias para baixo junto.

E sobre o terceiro motivo, o segundo furacão? Faz sentido, mas reação do mercado, ou seja, petróleo mais caro e gasolina mais barata, foi o oposto do que ocorreu durante o Harvey, quando o petróleo ficou mais barato devido às refinarias inoperantes e as mudanças nas demandas de energia fizeram a gasolina subir 27 por cento.

O aumento atual do petróleo e a redução na gasolina parecem ser uma correção dos movimentos anteriores e não uma mudança na tendência uma vez que os principais fundamentos permanecem os mesmos. Fundamentalmente, o petróleo está subindo à máxima de três semanas com as refinarias retomando as atividades após o Harvey, ao passo que Irma traz problemas para a gasolina pois está na direção da Flórida. Não há sinais óbvios de reações do mercado específicas com relação ao furacão. Em vez disso, a narrativa se concentra principalmente na Coreia do Norte e um pouco no iminente teto da dívida dos EUA.

Poderia ser o quarto motivo, a incapacidade dos investidores tomarem decisão devido à falta de liderança? Se esse for o motivo, é um sinal revelador de um topo de mercado. Vejamos o balanço de oferta e demanda, conforme representado no gráfico.