Gráfico do dia: perspectiva para o dólar antes dos dados de emprego nos EUA

 | 28.11.2022 11:09

O dólar atingiu o pico em 28 de setembro contra as principais divisas, a 115,00 pontos. Mais uma alta de 5,5% faria com que a moeda de reserva mundial atingisse seu nível mais alto desde fevereiro de 1986, após a decisão de 1985 dos países do G5 (França, Alemanha, EUA, Reino Unido e Japão) de depreciar o dólar em relação ao iene e ao marco alemão.

Hoje, a alta do dólar está novamente ameaçando uma liquidação dos ativos de risco, o que pode levar a uma crise financeira. A máxima de 20 anos da moeda americana está colocando em risco as dívidas denominadas em dólares de economias emergentes, pressionando muitas moedas desses países, como a rúpia indiana, que atingiu a mínima histórica contra o dólar em 20 de outubro, bem como o iuane chinês, que recuou até as mínimas recordes de 1 de novembro. O dólar canadense alcançou seu menor patamar em dois anos contra a moeda dos EUA, e o euro afundou até a mínima de vinte anos. O franco suíço recuou até seu nível mais baixo desde maio de 2019, ao mesmo tempo em que tocou seu maior patamar contra o euro desde janeiro de 2015.

Em 20-21 de outubro deste ano, o iene ficou abaixo de 150, menor valor desde 1990, forçando o Banco do Japão a intervir no mercado. Em 25 de setembro, a libra esterlina sofreu sua pior queda mensal desde a votação do Brexit, registrando uma mínima histórica, devido a problemas domésticos.

A supervalorização do dólar não pressionou apenas outras moedas, mas também o ouro e o bitcoin, que atingiram suas mínimas de dois anos em 28 de setembro e 21 de novembro, enquanto o petróleo formou topo e as ações divergiram negativamente em relação à moeda americana.

Depois de "dormir ao volante" no ano passado, enquanto a inflação nos EUA atingia seu nível mais alto em 40 anos, o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) elevou os juros em 0,75% por quatro vezes consecutivas, deixando claro que faria o que fosse necessário para trazer a inflação para baixo.

No entanto, outros fatores estavam promovendo a alta da moeda de reserva mundial. As criptomoedas atuaram como “dólares digitais” em prejuízo de divisas domésticas, e o “bear market” (mercado de baixa) e a guerra na Ucrânia fizeram com que os investidores recorressem à moeda americana em busca de proteção.

O dólar atingiu o pico após a divulgação de último índice de preços ao consumidor (IPC), que veio abaixo do esperado, e a ata do Fomc, comitês de política monetária dos EUA, que revelou a intenção dos seus membros de reduzir o ritmo de elevação de juros. No entanto, o recuo de 8% do dólar desde a máxima de 28 de dezembro também foi técnico, pois foi quando se desfizeram as compras exageradas na divisa.

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As atenções do Fed estão direcionadas ao emprego nos EUA como vetor da inflação, portanto o relatório sobre o mercado de trabalho na sexta-feira pode gerar fortes movimentos na moeda americana.

Agora, vamos ver como esse complexo cenário está impactando o dólar nos gráficos.