Guerra e investimentos: Tenha uma carteira protegida de cenários incertos

 | 17.04.2024 10:00

A escalada do conflito no Oriente Médio ao ponto de um confronto direto entre Irã e Israel, um dos piores cenários dos pontos de vista geopolítico e de mercado, se materializou no sábado (13/04), com o ataque aéreo das forças iranianas (rapidamente contido).
 
No momento em que escrevo essa coluna, acontecem reuniões diplomáticas para aconselhar os dois países sobre os próximos passos. Ainda não é seguro assumir que os ataques de sábado não gerarão respostas mais contundentes. Nesse cenário, a palavra de ordem é incerteza — um termo que tende a significar, para quem investe, volatilidade.
 
É comum que eventos geopolíticos como esse causem uma sensação de desconforto, principalmente entre pessoas que investem com algum grau de risco na carteira. A primeira atitude para minimizar esse sentimento seria garantir que seu portfólio esteja o mais adequado possível ao seu perfil de investidor. Se a volatilidade dos seus investimentos tira o seu sono, o primeiro passo poderia ser revisitar a sua exposição a ativos de risco (suitability) e, possivelmente, realizar adequações.
 
Ao mesmo tempo, independentemente do seu apetite ao risco, uma carteira equilibrada seria composta de ativos descorrelacionados, que respondam a momentos como esse de formas distintas.
 
Nos dias que antecederam o ataque, por exemplo, a resposta imediata foi de quedas generalizadas no mercado de ações e outros ativos voláteis, como criptoativos; e altas para o petróleo (commodity diretamente afetada pelo conflito), dólar e ouro (considerados “safe heavens”, ou ativos mais seguros). Até mesmo os preços das Treasuries americanas tiveram movimento positivo na sexta-feira que antecedeu os ataques — apesar do comportamento oposto nos dias anteriores, motivado pela inflação acima do esperado nos EUA. Isso indica uma maior demanda pela renda fixa americana, amplamente reconhecida como a mais segura do mundo (e, portanto, mais comuns em carteiras conservadoras).
 
Já na segunda-feira (15/04), o mercado abriu “mais tranquilo”, com bolsas do mundo inteiro, aparentemente, assumindo que o pior já estaria precificado e haveria espaço para correções positivas. Então, quem decidiu iniciar o dia com posição vendida, pensando em fazer “market timing” dos ataques, pode ter realizado prejuízos. Horas depois da abertura, a aversão a risco voltou a se impor, precificando outras incertezas.
 
No fim das contas, um brasileiro com uma carteira diversificada — contendo investimentos ligados a mercados, moedas e setores diferentes dos domésticos — tende a estar mais protegido da volatilidade resultante de eventos adversos, não apenas no Brasil, como no mundo. Em resumo, uma alocação eficiente em ativos descorrelacionados e de acordo com seu perfil de risco deve ser constante e estrutural, evitando sustos e visando a sua saúde financeira de longo prazo.
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