William Alves | 22.08.2017 11:27
Pra não se perder em meio a noticiários políticos e o tradicional “noise” que vivenciamos todos os dias, acho sempre muito pertinente a análise dos dados de fato. Aquilo que tem movido a economia. Saber como ela anda.
Fico com a impressão que temos tido uns Chapolins Colorados esse ano, tipo: “quem poderá nos salvar?”
Eu Chapolin Colorado!
Explico: com a falta de confiança numa recuperação de longo prazo e sustentada da nossa economia fica difícil imaginar nosso PIB crescendo realmente. Seguimos desconfiados e sem uma certeza que essa recuperação atualmente vista é duradoura. Então quem poderá nos salvar? Espasmos! Como assim?
Veja que o os primeiros meses do ano foram salvos por uma safra absurdamente poderosa. Glamurosa mesmo, diva! rs
Aí tivemos uma recomposição de estoques em certos níveis da indústria, especialmente a de carros, que pela sua relevância deu uma dinamizada geral na economia.
E mais recentemente o troco do FGTS deu um gás no comércio.
Ou seja, tivemos 3 eventos que considero não recorrentes que tem nos ajudado a manter alguma atividade econômica. Isso é bom, mas preocupa pela questão da sustentabilidade dessa atividade. Posso estar sendo pessimista, e peço desculpas ao otimistas, mas é receio e conservadorismo mesmo.
Avançando
h3 SIDERURGIA/h3Contrapondo o que disse acima (rs). Os dados de China tem apontado pra cima, enquanto isso perdurar as commodities metálicas terão um bom momento e isso é bem bom pra nós!
Não por acaso o minerinho acordou…
Vi essa notícia no Valor e achei interessante ao menos comentar que essa é uma tendência que deve perdurar esse ano e acho isso positivo. Para as empresas. Para a atividade econômica nem tanto, mas enfm.
As vendas das incorporadoras superam os lançamentos de capital aberto superaram lançamentos tanto no segundo trimestre quanto no primeiro semestre, em 23% e 16,4%, respectivamente. Para o cálculo, foram consolidados os números da CR2 (SA:CRDE3), Cyrela (SA:CCPR3), Direcional Engenharia (SA:DIRR3), Even Construtora e Incorporadora (SA:EVEN3), EZTec (SA:EZTC3), Gafisa (SA:GFSA3), Helbor (SA:HBOR3), MRV Engenharia (SA:MRVE3), PDG Realty (SA:PDGR3), Rodobens Negócios Imobiliários (SA:RDNI3), Rossi Residencial (SA:RSID3), Tecnisa (SA:TCSA3), Tenda (SA:TEND3), Trisul (SA:TRIS3) e Viver Incorporadora (SA:VIVR3), considerando-se somente a parcela própria das incorporadoras, sem a participação de sócios.
Em geral nos resultados, o que deu pra ver foi: alguma geração de caixa, prejuízos e um cenário ainda bem complicado. Ah mas tem exceções: EZTC, MRV e TENDA. Acho a última uma boa aposta no setor.
Vendas das incorporadoras superam os lançamentos
h3 VENDAS NO VAREJO/h3Semana passada tivemos os dados do comércio varejista em junho. Como comentei acima este está sendo um belo Chapolin Colorado! Segundo o IBGE, o comércio varejista registrou avanço de 1,2% no volume de vendas e de 0,8% na receita nominal, ambos frente ao mês de maio. Na comparação anual, o indicador cresceu 3,0% e o acumulado para os 6 primeiros meses de é uma variação de -0,1%. A expectativa do mercado era de alta de 0,8% na comparação mensal e 2,2% na anual.
Ou seja, alguma melhora e acima do esperado pelo mercado…BOM!
Foram registradas altas em 6 das 8 atividades pesquisadas, destaques positivos para: Móveis e eletrodomésticos (2,2%); Tecidos, vestuário e calçados (5,4%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (2,7%). A parte negativa foi sentida nos setores de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com recuo de 0,4%, seguido por Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-2,6%).
E a quebra pelos setores mostrando a evolução…(créditos: BTG Research)
Já o indicador da CIELO, o qual é do mês de julho e não junho, não confirmou muito isso não. Ainda que alguma evolução tenha sido vista, o indicador da Cielo (SA:CIEL3) de desempenho do varejo mostrou que a receita de vendas do comércio varejista brasileiro não apresentou variação em julho na comparação com o mesmo período do ano passado, descontada a inflação aplicada aos setores do varejo ampliado, segundo o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA).
Mesmo assim não considero ruim não. Llonge disso! O resultado quebra uma série negativa de 23 meses consecutivos – o varejo vinha apresentando retração desde agosto de 2015 nesta base de comparação. Em junho, o índice havia registrado queda de 0,1%.
E me chama atenção é que além do FGTS, talvez estejamos tendo uma mãozinha do crédito. Expensão deste pra ser mais exato. Queda de juros pode estar incentivando aqueles que pensavam em financiar algo e não o fizeram até agora.
Nem tudo é o tal Chapolin Colorado. Um importante indicador é o desempenho do setor de SERVIÇOS.
h3 Serviços/h3Segundo o IBGE, o setor de serviços cresceu 1,3% em junho ante maio, e recuou 3% na comparação anual, melhor que a queda de 3,9% prevista pelo mercado. Por atividade, em relação a maio de 2017 (série com ajuste sazonal), apresentaram crescimentos os segmentos de Serviços prestados às famílias e Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, ambos com 1%, Serviços profissionais, administrativos e complementares (0,8%) e Outros Serviços (0,7%). O único recuo foi registrado nos segmentos de Serviços de informação e comunicação (-0,2%). O agregado especial das Atividades turísticas apresentou crescimento de 5,3% na comparação com maio.
NotGood … NotBad
E pra acabar tivemos o
h3 IBC-Br de Junho/h3Frente a maio, o índice avançou 0,50%. Frente a junho/16, caiu 0,56%. O mercado esperava mais: +0,70% e -0,50%, respectivamente, após bons números do varejo e serviços, por exemplo.
Pra compensar…
h3 PNAD: Desemprego/h3Nessa semana tivemos a divulgação da taxa de desocupação no 2T17 que foi estimada em 13,0%, uma queda de 0,7 pp em relação ao 1T17 (13,7%). Bom não?! Sim!
Tivemos retração em todas as grandes regiões, exceto Nordeste (estabilidade), com destaque para a região Norte (de 14,2% para 12,5%) e Centro-Oeste (de 12,0% para 10,6%). As outras taxas foram: Nordeste (de 16,3% para 15,8%), Sudeste (de 14,2% para 13,6%) e Sul (de 9,3% para 8,4%). As menores taxas de desocupação foram registradas em Santa Catarina (7,5%), Rio Grande do Sul (8,4%) e Mato Grosso (8,6%). Para o total do país, a taxa caiu de 13,7% para 13,0%, nesse mesmo período.
Bom sigo com esse sentimento de que temos sido salvos pelo super e quase anti herói mexicano colorado. Alguns eventos que me parecem pontuais…e se a safra falhar? Se os estoques tiverem recompostos? Se o $ do FGTS acabar?
Como disse não gosto de ser pessimista não…só estou tentando digerir bem os dados e ver o fundamento por trás…
All in all, que bom que temos um super herói pra nos ajudar!
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