Hora de Realizar Lucro de 85%

 | 16.09.2014 21:31

Adivinha...

Os mercados registram uma terça-feira de euforia. Não por eventos materiais, naturalmente. Pesam mais uma vez as expectativas para as próximas pesquisas e Ibope. Essa última será divulgada hoje após o fechamento do pregão.

Com disparada de estatais (Petrobras subindo 8%?), não há outra conclusão senão pela aposta de sinal de retomada das intenções de voto na oposição.

Horizontalizando

Concentrando no que há de evento material na agenda, ganha destaque a extensão do crédito tributário de 9% de Imposto de Renda (IR) sobre o lucro obtido no exterior para toda a indústria de transformação. Até então, esse incentivo era restrito aos setores de construção civil, serviços e alimentos e bebidas.

Paralelamente, o governo também ampliou o programa Reintegra para abranger também exportadoras de etanol e açúcar e o setor de celulose. Por um tempo o governo elegeu as suas campeãs nacionais e subsidiou-as. Que Deus mais injusto é este que escolhe um setor em detrimento a outro ad hoc?

Para haver um beneficiado, há necessariamente de ter alguém prejudicado. Agora, com as beneficiadas também em situação crítica, o expediente é de horizontalização das medidas, que não deixa de ser uma assunção do erro.

Efeito prático?

As medidas de crédito tributário à indústria vêm um dia depois do Ministro Mantega enfrentar duras críticas da iniciativa privada, em Fórum promovido pela FGV. Por lá, ouviu de empresários como Benjamin Steinbruch, da CSN e presidente da Fiesp, que “o empreendedor quer empreender, mas a perspectiva de recessão, de desemprego e de falta de investimentos nos angustia”.

Não deixam de vir, portanto, como mais uma tentativa de resgatar a imagem junto à iniciativa privada. Efeitos práticos sobre a indústria? Quase nulos, uma vez que a isenção já vinha prevalecendo por meio de brigas judiciais.

Efeitos práticos sobre a imagem junto à iniciativa privada? O empresário não quer uma rede de proteção e benefícios pontuais, mas sim um mínimo de visibilidade e ser devidamente remunerado pela tomada de risco, sem essa política do “toma lá, dá cá”, em que uma desoneração exige a contrapartida de mais investimento. Efeitos para o governo? Como os primeiros pedidos de compensação só poderão ser apresentados em janeiro do ano que vem, o impacto (a conta) fica para o próximo presidente.

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